Os Estados Unidos tentaram, sem sucesso, matar o comandante iraniano Abdul Reza Shahlai no Iêmen, na mesma noite de 2 de janeiro que encerrou a vida do general iraniano Qassem Soleimani com um ataque de drone em Bagdá (Iraque), revelaram oficiais familiares dos EUA na sexta-feira sobre o assunto, relata o Washington Post.
Segundo o jornal americano, que não fornece mais detalhes sobre os meios utilizados durante a operação militar, Reza Shahlai é um comandante “financeiro” e chave da Força Quds da Guarda Revolucionária do Irã, que na época era chefiada por Soleimani.
Em dezembro passado, Washington ofereceu uma recompensa de US $ 15 milhões a quem fornecesse detalhes sobre as atividades financeiras, redes e parceiros de Reza Shahlai.
Uma operação mais ampla?
A operação fracassada pode indicar que o assassinato de Soleimani fazia parte de uma operação mais ampla, levantando questões sobre se a missão foi projetada para paralisar a liderança do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica ou apenas para impedir um ataque iminente a americanos como O governo Trump indicado originalmente, revise a mídia.
As operações militares dos EUA no Iêmen, onde uma guerra civil criou a pior crise humanitária do mundo, estão secretamente envolvidas. Autoridades americanas disseram que a operação contra Shahlai continua altamente classificada e se recusou a oferecer detalhes, além de dizer que não teve êxito, acrescenta o jornal.
As fontes também alegaram que as autoridades do Pentágono estavam monitorando os dois ataques e discutiram anuncia-los juntos se tivessem sucesso. “Se o matássemos, nos gabaríamos disso na mesma noite“, disse um dos oficiais.
Outro alto funcionário disse que os dois ataques foram autorizados na mesma época e que os Estados Unidos não revelaram a missão Shahlai porque não foi executada de acordo com o plano. A fonte acrescentou que o comandante pode ser um objetivo no futuro, embora ambos os países tenham manifestado interesse em reduzir a crise.
Uma semana de tensão máxima
A situação na região se tornou explosiva desde a quinta-feira passada, um ataque aéreo lançado pelo Pentágono em Bagdá terminou com a morte de 12 pessoas, incluindo Soleimani e o líder do Kataib Hezbollah e as Forças de Mobilização Popular, Abu Mahdi para Muhandis.
No início da quarta-feira, o Irã lançou 22 mísseis balísticos de curto alcance contra duas bases aéreas iraquianas que abrigam tropas americanas em resposta ao assassinato de Soleimani.
A mídia iraniana disse que 80 pessoas teriam morrido, enquanto Trump escreveu um tweet com um pedido de calma: “Está tudo bem!”
Horas depois, Trump fez um discurso no qual disse que os EUA continuará exercendo “pressão máxima” no Irã e impondo “sanções econômicas adicionais”. Ele também pediu à OTAN que se envolvesse mais no processo de pacificação do Oriente Médio e solicitou ao Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia que quebrassem o acordo nuclear alcançado em 2015 com Teerã para renegociar um novo pacto.