As Forças Armadas brasileiras estão se preparando para um confronto militar na América do Sul, uma mudança na política de segurança externa do país, diz um relatório.
Segundo o relatório divulgado na sexta-feira pelo jornal O Estado de São Paulo, a nova versão do Livro Branco da Defesa revela que, para as Forças Armadas brasileiras, a América do Sul não é mais uma região livre de possíveis guerras, portanto o Exército está se preparando para intervir na “solução” dos problemas regionais.
“Não podemos desconsiderar tensões e crises no ambiente estratégico, com possíveis divisões para o Brasil, para que o país possa ser motivado a contribuir para a solução de possíveis controvérsias ou defender seus interesses” , diz a nova versão do Livro Branco de defesa.
Segundo o relatório, o manual renovado será entregue na próxima semana ao Congresso, em um contexto em que, pela primeira vez desde 1985, o governo tem nove ministérios encarregados das forças armadas e Jair Bolsonaro, como presidente.
“Para atualizar a orientação, o Ministério da Defesa cita países adversários em potencial, mas observa que haverá tensões e crises na região da América do Sul, onde o Brasil tem o maior exército“, diz o texto.
Por sua parte, o ministro da Defesa do Brasil, general Fernando Azevedo e Silva, afirmou que “o plano nada mais é do que a atualização de uma política do Estado e que foi revisada pelo presidente Jair Bolsonaro“.
Ao mencionar a tensão atual entre Brasil e Venezuela, a nova versão do Livro Branco da Defesa expressa que a ideia de um possível conflito com o país bolivariano não é uma idéia louca e considera a Venezuela como o ponto mais crítico da região.
O documento sugere uma maior presença da Marinha na costa do Atlântico Norte, no estado do Pará, e para a proteção da costa marítima, o Brasil está construindo um submarino de energia nuclear com tecnologia francesa.
Nos últimos anos, as tensões entre os países da América do Sul aumentaram por várias razões, entre elas podemos mencionar as intervenções do governo dos EUA nos assuntos internos de outros países como a Venezuela, com o apoio do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.