Cristãos que vivem perto da fronteira entre Níger e Burkina Faso enfrentam pressão severa de grupos jihadistas. No dia 13 de agosto, extremistas atacaram cristãos que estavam em um culto, perto do momento da oração.
Quatro homens armados entraram na igreja do vilarejo Panpangou. Cada um carregava consigo um rifle, uma faca e um chicote. Eles apontaram as armas para a congregação e, de acordo com um cristão que presenciou o ataque, perguntaram: “Vocês não ouviram que nós proibimos atos cristãos nessa região?”.
Cristianismo banido do vilarejo
Os cristãos explicaram que não haviam recebido nenhum aviso sobre a proibição, mas os jihadistas responderam: “Estamos há três anos nessa área. Como vocês dizem que não sabiam que banimos o cristianismo nessa região? Se vocês disserem que não ouviram nosso alerta, estão mentindo para nós”.
Os homens armados mandaram os cristãos se ajoelharem. Um dos extremistas pegou o chicote e avisou que ia bater nos seguidores de Jesus porque eles não obedeceram às ordens dos extremistas de não se reunir nas igrejas.
As mulheres casadas foram separadas do grupo. Os extremistas afirmaram que não bateriam nelas por causa dos recém-nascidos e das gestantes. Mas todas as mulheres solteiras foram chicoteadas com os homens.
Dez chibatadas
Cada cristão recebeu dez chibatadas. Entre eles, havia 14 homens e três mulheres. O pastor foi deixado por último e foi chicoteado 30 vezes. Os jihadistas alertaram que aquele era um aviso de que nenhuma atividade cristã deveria ser feita no vilarejo.
Os radicais disseram que, se forem desobedecidos, transformariam as igrejas em mesquitas porque o cristianismo estava banido daquela região. Depois de saírem da igreja, eles foram a outro templo onde encontraram jovens reunidos em um culto.
Quando avistaram os extremistas, muitos jovens escaparam pela janela. Mas três moças ficaram para trás e foram chicoteadas oito vezes. Mais uma vez, jovens cristãos foram alertados que, caso tentem realizar os cultos, os jihadistas viriam e destruiriam o vilarejo.
Igrejas fechadas
De acordo com parceiros locais, outras cinco igrejas foram fechadas no vilarejo antes do ataque e agora não resta nenhuma igreja aberta na região. O cristianismo não é permitido nas áreas dominadas pelos jihadistas e, além das ameaças de transformar igrejas em mesquitas, eles afirmaram que forçariam os cristãos a se tornarem muçulmanos se fossem encontrados em cultos novamente.
A maioria dos grupos jihadistas que atua na região são extremistas fulanis que fazem parte do Grande Estado Islâmico do Saara (ISGS, da sigla em inglês). A insegurança e a violência tornaram muitos cristãos em deslocados internos.
Os países vizinhos, que também fazem parte da Lista Mundial da Perseguição 2023, como Burkina Faso e Mali, também estão sob os ataques desses grupos que deterioram a segurança da África Subsaariana a cada dia. Contamos com suas orações pela Igreja Perseguida no Níger.
Ajuda para quem mais precisa
Sob violência extrema, nossos irmãos na fé precisam de alimentos, água, cuidados pós-traumas e outros itens de necessidade básica. Com uma doação, você permite que eles recebam o socorro de que precisam e saibam que não estão sozinhos.