Um novo estudo colaborativo de cientistas de várias universidades britânicas e financiado pela Leverhulme, uma organização de doações do Reino Unido, revelou que quatro fragmentos dos famosos Manuscritos do Mar Morto, considerados as cópias mais antigas da Bíblia, e aqueles que se acredita estarem em branco realmente contêm texto.
Quando Joan Taylor, pesquisadora do King’s College London, examinou um dos fragmentos – mantido desde 1997 na John Rylands Library -, ela acreditava que ele poderia conter pelo menos uma letra e, portanto, decidiu fotografar todos os fragmentos, usando imagens multiespectrais. “Olhando para um dos fragmentos com uma lupa, pensei ter visto uma letra pequena e desbotada, uma letra hebraica, o ‘L'”, disse Taylor, citado em comunicado.
Um total de 51 imagens foram tiradas e seis foram separadas para estudo posterior. Como resultado, quatro das imagens encontraram texto legível no idioma hebraico / aramaico, escrito em tinta à base de carbono. Da mesma forma, foi revelada a existência de linhas dominadas e pequenos vestígios de letras em outros fragmentos.
A descoberta mais importante, em um dos fragmentos, revela os restos de quatro linhas de texto com 15 a 16 letras, a maioria das quais apenas parcialmente preservada. No entanto, a palavra ‘Shabat’ (sábado) pode ser lida claramente. Os especialistas acreditam que este texto pode estar relacionado ao ‘Livro de Ezequiel’ (46: 1-3).
“Com as novas técnicas agora disponíveis para descobrir textos antigos, senti que tínhamos que saber se essas cartas poderiam ser reveladas. Existem apenas algumas em cada fragmento, mas são como peças que faltam de um quebra-cabeça que você encontra embaixo de um sofá”, disse Taylor.