Os gastos militares globais voltaram a aumentar em 2021, atingindo níveis recordes com a Rússia reforçando seu exército antes da invasão da Ucrânia, e a tendência se manterá, especialmente na Europa, anunciaram pesquisadores nesta segunda-feira (domingo, 24, no horário de Brasília).
Apesar da crise causada pela pandemia de covid-19, os países aumentaram seus arsenais e o gasto militar cresceu 0,7% no ano passado, segundo relatório do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês).
“Em 2021, o gasto militar cresceu pela sétima vez consecutiva, chegando a 2,1 trilhões de dólares. É o valor mais alto que já vimos”, disse à AFP Diego Lopes da Silva, pesquisador do Sipri.
Os gastos militares da Rússia subiram 2,9%, em seu terceiro ano consecutivo de aumento, atingindo US$ 65,9 bilhões.
Os investimentos em defesa representaram 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, uma proporção “muito superior à média mundial”, o que tornou a Rússia o quinto país com os maiores gastos militares do mundo, segundo Lopes da Silva.
Ele explica que a Rússia incrementou esses gastos no final do ano passado, “quando concentrou tropas ao longo da fronteira ucraniana, antes da invasão da Ucrânia em fevereiro”.
Com o aumento das tensões na Europa, mais países da Otan elevaram suas despesas bélicas, e Lopes da Silva disse esperar que o aumento continue no continente.
Os Estados Unidos, aquele que mais investe em armas, com US$ 801 bilhões, foram na contramão da tendência mundial e reduziram seus gastos militares em 1,4% em 2021.
Por sua vez, a China, que tem o segundo maior orçamento militar do mundo, com US$ 293 bilhões, aumentou seus gastos em 4,7% em 2021, acumulando 27 anos consecutivos de incrementos.
Também levou seus vizinhos a reforçar seus orçamentos militares, com o Japão subindo em 7,3%, seu maior aumento anual desde 1972.
A Índia ficou no terceiro lugar global, com US$ 76,6 bilhões em 2021, uma modesta alta de 0,9%, enquanto o Reino Unido ficou em quarto lugar com um aumento de 3%, chegando a US$ 68,4 bilhões.
Fonte: AFP.