O embaixador da Rússia na Síria divulgou nesta semana o que alguns consideram uma ameaça velada caso Israel continue bombardeando ativos iranianos no país devastado pela guerra.
Em 6 de fevereiro, um ataque aéreo a um alvo perto de Damasco matou 20 oficiais militares sírios e iranianos. Também fez com que as defesas aéreas da Síria disparassem inadvertidamente em um avião transportando 172 passageiros. O avião conseguiu pousar com segurança em um aeroporto próximo.
O ministro da Defesa de Israel, Naftali Bennett, mais tarde deu a entender que o ataque foi apenas mais um de uma longa série de ataques israelenses contra ativos iranianos que são admitidos na Síria com o objetivo de ameaçar o Estado judeu.
Mas o embaixador russo Alexander Yefimov não estava interessado nas justificativas de Israel.
Em uma entrevista ao Sputnik Arabic, Yefimov chamou os ataques israelenses de “provocativos e muito perigosos”. Ele alertou ainda que “isso aumenta a possibilidade de conflito sobre a Síria”.
Como a Síria já está em conflito, seu aviso foi tomado para significar que os ataques israelenses em andamento poderiam resultar em um confronto armado entre o estado judeu e as forças russas na região.
As autoridades políticas e militares de Israel nunca tiveram vergonha de fazer referência à bíblica “Guerra de Gogue e Magogue”. É algo que eles acreditam que vai acontecer.
No entanto, dadas as calorosas relações entre Jerusalém e Moscou nos últimos anos, muitos acharam difícil acreditar na interpretação tradicional de que esse grande exército gentio incluiria a Rússia.
Mas, o embaixador Yefimov não está errado sobre o cenário que está sendo montado para o tipo de incidente, intencional ou não, que de repente poderia transformar amigos em inimigos.
Israel está ciente desse risco, mas aparentemente considera a ameaça da hegemonia iraniana maior do que a possibilidade de provocar acidentalmente um confronto apocalíptico com a Rússia.