O alto funcionário quer que a Coreia do Sul tenha acesso a armas nucleares no confronto com a Coreia do Norte, após semelhantes declarações no mês passado.
A Coreia do Sul deve construir armas nucleares para reforçar sua defesa contra a Coreia do Norte, mesmo com todas as consequências internacionais, sugeriu na segunda-feira (13) Oh Se-hoon, governador de Seul, a capital sul-coreana.
“A Coreia do Norte quase conseguiu minimizar e aliviar as armas nucleares táticas e garantiu pelo menos dezenas de ogivas. Chegamos a um ponto em que é difícil convencer as pessoas com a lógica de que devemos nos abster de desenvolver armas nucleares e nos aderir à causa da desnuclearização”, argumentou ele, citado pela agência britânica Reuters.
Oh desvalorizou advertências sobre punições de outros países, incluindo sanções, justificando que um programa nuclear sul-coreano enviaria uma mensagem a países como a China para frear o potencial militar de Pyongyang.
“Pode haver alguma resistência inicial da comunidade internacional, mas acredito que ela acabará ganhando mais apoio”, disse o alto funcionário.
Já em fevereiro, Oh Se-hoon declarou que a Coreia do Sul devia ter a opção nuclear. Outros políticos e funcionários sul-coreanos também têm defendido a implantação de armas nucleares, depois que as bombas e mísseis nucleares dos EUA destacados no país foram retirados da península nos anos 1990. Washington tem resistido a recolocação de tais armas, afirmando a necessidade de promover a desnuclearização da península, mas apoiando o reforço de armas convencionais.
Em um relatório deste mês, Lee Sang-hyun, presidente do Instituto Sejong da Coreia do Sul, disse que Yoon Suk-yeol, presidente do país, não está considerando seriamente um programa nuclear e que um retorno das armas americanas também era improvável.
“No entanto, a postura de não proliferação nuclear do governo Yoon tem mostrado pequenos, mas significativos sinais de mudança nos últimos meses. Se a ameaça nuclear da Coreia do Norte se tornar mais visível e a Coreia do Sul tomar seu próprio caminho para o desenvolvimento nuclear, ela sinalizará o início de um efeito dominó nuclear na Ásia”, escreveu ele.