O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, afirmou nesta quarta-feira, 13, que as investidas do país na Faixa de Gaza vão prevalecer com ou sem o apoio internacional e que um armistício permitiria que o Hamas “voltasse a ameaçar os israelenses”.
“Israel continuará a guerra contra o Hamas com ou sem apoio internacional. Um cessar-fogo na fase atual é um presente para a organização terrorista do Hamas e vai lhe permitir regressar e ameaçar os residentes de Israel”, disse Cohen à Reuters.
A autoridade também apelou à comunidade global para agir “de forma eficaz e agressiva” na proteção das rotas marítimas ao redor do mundo. Isso depois de os rebeldes houthis do Iêmen alertarem que os navios ligados a Israel, ou com destino a portos israelenses, seriam tratados como alvos legítimos no Mar Vermelho.
Críticas de Biden
Nesta terça-feira, 12, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, advertiu de forma contundente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de que os ataques “indiscriminados” contra a Faixa de Gaza, onde moravam mais de 2 milhões de pessoas antes da guerra, levariam Tel Aviv a perder o apoio da comunidade internacional.
“A segurança de Israel pode repousar nos Estados Unidos, mas neste momento tem mais do que os Estados Unidos. Tem a União Europeia, tem a Europa, tem a maior parte do mundo… Mas (os israelenses) estão começando a perder esse apoio devido aos bombardeios indiscriminados que ocorrem”, discursou Biden, de improviso.
Pressão da ONU
Ainda na terça-feira, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução em que pedia por um cessar-fogo, mesmo que provisório, e pela entrada de ajuda humanitária em Gaza de forma imediata.
Entre os países-membros, 153 votaram a favor do texto, incluindo o Brasil, contra 10 votos desfavoráveis, incluindo Estados Unidos e Israel. Os americanos vetaram uma medida semelhante no Conselho de Segurança da ONU, há uma semana.
As mazelas da guerra
A atuação das Forças de Defesa Israelenses (FDI) já deixou marcas profundas no enclave desde o início do conflito, no dia 7 de outubro, quando 1.200 israelenses perderam a vida. Na primeira fase dos embates, o norte de Gaza foi em grande parte destruído, e agora o sul tem sofrido progressivamente com os ataques.
- Mais de 18 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.
80% dos cerca de 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram forçados a deixar suas casas e deslocados pelo território, de acordo com agências das Nações Unidas que atuam no local.
Fonte: G1.