A guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza ainda vai durar, “pelo menos, muitos meses”, afirmou nesta quarta-feira (29) o conselheiro nacional de Segurança Nacional do governo de Israel, Tzachi Hanegbi.
Hanegbi afirmou que a previsão é que os combates em Gaza continuem ao longo de 2024, podendo se prolongar até o ano seguinte.
Esta foi a primeira vez que o governo israelense deu alguma perspectiva sobre a duração da guerra. No fim de abril, ao reafirmar que seu Exército entraria em Rafah, no extremo sul de Gaza, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu que a conquista da cidade seria a etapa final da guerra.
Nesta quarta, o conselheiro de Segurança Nacional disse que os militares de Israel avançaram sobre Rafah e já controlam atualmente 75% do corredor de Philadelphi, uma zona tampão entre Gaza e o Egito.
“Dentro de Gaza, as IDF (Forças de Defesa de Israel) controlam agora 75% do corredor de Philadephi e acredito que controlarão tudo com o tempo. Juntamente com os egípcios, devemos garantir que o contrabando de armas seja evitado.” ele disse à emissora pública de Israel Kan.
Ataque a acampamento
Ataques aéreos de Israel deixam pelo menos 35 mortos em Rafah, ao sul da Faixa de Gaza
As previsões feitas pelo conselheiro acontecem na semana em que um ataque de Israel a um acampamento de pessoas que haviam sido deslocadas em Rafah deixou 45 mortos.
A morte de crianças, mulheres e idosos no episódio levou a uma forte condenação de diversos países ao redor do mundo, incluindo tradicionais aliados de Israel, como a França.
O Exército de Israel alegou que as mortes ocorreram por um incêndio “inesperado e não intencional” após os militares bombardearem um alvo com terroristas do Hamas próximo ao acampamento.
“Após o ataque, devido a circunstâncias imprevistas e de forma trágica, infelizmente começou um incêndio que ceifou a vida de civis de Gaza nas proximidades. Fizemos todos os esforços para minimizar o número de vítimas civis durante o ataque, e o incêndio que eclodiu foi inesperado e não intencional. Foi um incidente devastador que não esperávamos. Estamos investigando o que causou o incêndio que resultou nesta trágica perda de vidas”, disse o porta-voz das Forças Armadas, Daniel Hagari.
Pier quebrado
O cais construído pelos Estados Unidos na costa de Gaza para a entrada de ajuda humanitária na costa da Faixa de Gaza foi temporariamente removido após uma parte da estrutura se romper.
O anúncio foi feito pelo Pentágono na terça-feira (28). A porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, disse que uma parte da estrutura flutuante se separou e que o píer seria rebocado para o porto de Ashdod, em Israel, para reparos. O conserto deve durar uma semana, ainda de acordo com Singh.
A instalação do cais, que estava em funcionamento havia duas semanas, foi anunciada em março pelo presidente dos EUA, Joe Biden, como uma forma de ajudar a escoar o envio de ajuda humanitária.
Desde que o cais iniciou as suas operações, a Organização das Nações Unidas (ONU) transportou para dentro de Gaza 137 caminhões de ajuda vinda de navios atracados no cais, segundo um porta-voz do Programa Alimentar Mundial da ONU.
Fonte: G1.