As autoridades sanitárias dos Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira, 6, que estão investigando 109 casos de um tipo de hepatite infantil misteriosa, com cinco mortes relacionadas até o momento. No Brasil, o Ministério da Saúde informou que monitora sete casos suspeitos de hepatite aguda infantil de origem desconhecida, sendo três no Paraná, e quatro no Rio de Janeiro
Os casos de inflamação hepática grave foram detectados em cinco estados americanos em crianças com média de idade de apenas 2 anos, explicaram autoridades do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
O órgão de saúde atualizou um alerta nacional emitido em abril para que os médicos fiquem atentos a esses casos da doença hepática, que foram identificados nos últimos sete meses, disse Jay Butler, vice-diretor de doenças infecciosas do CDC. Ele disse que cerca de metade das 109 crianças diagnosticadas com hepatite também foi infectada com um tipo de adenovírus, um vírus que causa o resfriado comum, mas a agência ainda está investigando a causa exata da doença.
A atualização segue investigações nos Estados Unidos e na Europa de casos agrupados de hepatite em crianças pequenas. O CDC disse que está trabalhando com colegas na Europa para entender a causa das infecções que podem causar danos ao fígado e levar à insuficiência hepática.
Butler reforçou que pela baixa faixa etária, a hepatite misteriosa não tem a ver com a vacina de covid, pois em muitos países as crianças pequenas ainda não estão autorizadas a serem imunizadas. “A vacina contra a covid-19 não é a causa”, avisou, tratando de colocar um ponto final a boatos que circulam pela Internet.
No entanto, a infecção por covid-19 não está descartada como uma possível causa. A autoridade sanitária investiga o rastro de um tipo de adenovírus, um vírus bastante comum, mas que até agora não era conhecido por causar hepatite em crianças saudáveis. Foi confirmado que mais da metade das crianças doentes nos Estados Unidos testou positivo para o chamado adenovírus “tipo 41”.
“Os investigadores aqui e em todo o mundo estão trabalhando duro para determinar a causa”, disse Butler. Os casos nos Estados Unidos ocorreram nos últimos sete meses, sendo que 90% das crianças tiveram de ser hospitalizadas, mas a maioria foi curada e 14% das crianças afetadas tiveram de se submeter a um transplante de fígado. “Sabemos que esta notícia pode ser preocupante, especialmente para os pais de crianças pequenas. É importante lembrar que esses casos de hepatite grave são raros”, avisou.
Fora dos Estados Unidos foram identificados mais de 200 casos, particularmente na Europa. Nesta semana, Argentina e Panamá reportaram seus primeiros casos da doença.
Fonte: Estadão.