Diplomacia dos EUA acusa o movimento libanês Hezbollah de estocar nitrato de amônio, a mesma substância que causou fortes explosões no porto de Beirute, em diferentes países europeus.
A acusação partiu do coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado americano, Nathan Sales, que falava em um fórum online nesta quinta-feira (17), do Comitê Judaico Americano, principal organização de defesa dos judeus dos Estados Unidos.
Segundo Sales, o movimento libanês tem transportado nitrato de amônio para a Europa desde 2012.
Ainda segundo o governo americano, tais estoques do composto químico, geralmente usado como fertilizante, mas que pode ser empregue na fabricação de explosivos, teriam sido levados por operacionais do Hezbollah a partir da Bélgica para a França, Suíça, Grécia, Itália, Espanha, sendo que possivelmente estariam ainda nos últimos três países citados.
‘Planejando ataques’
Para Sales, os estoques serviriam caso o movimento decidisse realizar ataques na Europa.
“Por que o Hezbollah estocaria nitrato de amônio em solo europeu? A resposta é clara: o Hezbollah colocou essas armas para poder realizar grandes ataques terroristas quando ele ou os seus senhores em Teerã acharem necessário”, publicou a agência AP citando as palavras de Sales.
Desde 1997, os EUA consideram o Hezbollah uma organização terrorista. Contudo, alguns países fazem distinção entre sua ala militar e a ala política.
Para a União Europeia, a ala militar do Hezbollah é uma organização terrorista, mas tal classificação não foi dada para sua ala política, a qual tem participado em diferentes governos libaneses nos últimos anos.
Sales também incentivou os países europeus a não separarem as duas alas do Hezbollah, a considerá-lo como uma organização terrorista e a aumentar a pressão contra o mesmo.
“O Hezbollah é uma [única] organização […] É uma organização terrorista”, declarou.
Nitrato de amônio
O composto nitrato de amônio pode ser utilizado como fertilizante, mas também pode ser empregue na produção de explosivos.
No dia 4 de agosto, fortes explosões no porto de Beirute, capital do Líbano, sacudiram a cidade e causaram a morte de mais de 150 pessoas, além de milhares de feridos.
No decorrer das investigações, o governo libanês estabeleceu que a explosão, de grande magnitude, teve origem em um depósito com toneladas de nitrato de amônio.