No dia 30 de abril, uma onda de violência eclodiu entre as comunidades drusas e sunitas em Damasco e se espalhou para Suwayda, na Síria. Diante desse terror repentino, cerca de 23 famílias cristãs abandonaram suas casas e lojas. Aproximadamente 80 pessoas, sem ter para onde ir, buscaram abrigo em uma igreja em um vilarejo vizinho, com o futuro incerto e angustiados pelos entes queridos que ficaram para trás.
“Era uma manhã comum. Eu estava cozinhando. Então, sem aviso, ao meio-dia, o som horrível de bombas e tiros caiu sobre nosso vilarejo. Ficamos presos dentro de casa, esperando desesperadamente que aquilo acabasse”, relata Mona (pseudônimo), uma cristã que presenciou o ataque.
Após o fim dos disparos, um grande número de homens armados, com barbas longas, invadiram o vilarejo. Eles usavam uniformes militares verdes, pretos e outros trajes militares desconhecidos. Roubaram todos os aparelhos eletrônicos, dinheiro e ouro das casas vazias e atearam fogo no que restou.
Mulheres, crianças e idosos se amontoaram em busca de refúgio na igreja fugindo do vilarejo de Sawara Al Kubra, perto de Damasco. Mas a difícil decisão recaiu sobre os homens, a maioria dos quais permaneceu para defender suas casas, terras e animais. “Foi uma noite difícil. Meu marido e meu sogro ficaram na vila, e a rede de celular foi cortada. Estávamos apavorados e passamos a noite toda orando para que nada de ruim acontecesse com eles”, lembra Mona com a voz trêmula.
Socorro e provisão na igreja
Dias se passaram, e as famílias ainda estavam na igreja da vila vizinha, esperando poder voltar para casa. O líder cristão responsável pela igreja acolheu as famílias e providenciou o que precisavam. Os moradores também ajudaram com doações. “Apesar de a igreja não ser ideal para acomodar tantas pessoas com os recursos disponíveis, sempre abriu suas portas à comunidade em todas as situações. Todos os dias, lemos a Bíblia, oramos e adoramos juntos”, conta o líder cristão.
Após dez longos dias, quando as Forças de Segurança conseguiram restabelecer algum controle sobre Sawara Al Kubra, Mona e as outras famílias retornaram às suas casas. Mas encontraram uma realidade devastadora. O vilarejo parecia abandonado, as casas estavam destruídas e a escola e o posto de saúde haviam sido saqueados. A colheita foi roubada, os animais fugiram ou foram levados e as lojas estavam fechadas e vazias.
A maioria das famílias foi para casa de parentes ou alugou casas em vilarejos vizinhos. Mas outras, sem ter para onde ir, permaneceram na região, sem serviços básicos ou perspectiva de trabalho e futuro. Até mesmo comprar comida exigia uma viagem de 30 minutos de carro até o próximo vilarejo.
“Nossa sobrevivência a essa provação é verdadeiramente um milagre de Deus. Uma nuvem escura passou sobre nós.” Um parceiro local da Portas Abertas na Síria mantém contato contínuo com a igreja que abrigou os deslocados e entregou uma ajuda financeira para os custos do cuidado com as famílias acolhidas durante a crise.
“Muito obrigado por se importarem conosco. Isso me fez chorar e sentir que o Senhor está verdadeiramente conosco. Sinto-me reconfortado pela igreja de Cristo, sabendo que pessoas como vocês são parte dela. Obrigado por tudo”, compartilha o líder da igreja.
Pedidos de oração
- Peçam ao Senhor pela cura de seus traumas e restauração dos lares das famílias cristãs afetadas.
- Interceda por meios de subsistência para os cristãos que perderam tudo nos ataques.
- Clame por paz para a Igreja Perseguida na Síria.