Apesar da tomada da capital Cartum pelas Forças Armadas Sudanesas em março e a nomeação de um novo primeiro-ministro pelo próprio comandante do exército, a guerra continua no Sudão. Com mais de onze milhões de pessoas deslocadas internamente, o Sudão enfrenta a maior crise de deslocamento interno do mundo. O Programa Alimentar Mundial alerta que essa também pode se tornar a maior crise de fome na história recente caso a guerra continue.
No começo do ano, os conflitos se intensificaram e o exército tomou as cidades de Cartum, Omdurman, Bahri e Obeid. Desde então, as Forças de Suporte Rápido (uma divisão do exército que já foi controlada pelo governo sudanês, mas hoje age de forma independente) começaram a ocupar áreas ao Sul e ao Oeste do país.
Os cristãos sudaneses vivem com a complicação de serem uma minoria indesejada (cerca de 4% da população) em um país radicalmente muçulmano. Mais de cem igrejas foram danificadas desde o início do conflito até agora e diversos cristãos foram sequestrados ou mortos.
Há notícias de que as Forças de Suporte Rápido bombardearam três igrejas no começo de junho e um dos líderes cristãos morreu em decorrência dos ferimentos graves. Rafat Samit, um líder da igreja e membro do Conselho da Comunidade Evangélica no Sudão, diz que “a igreja é sempre bombardeada pelos dois lados da guerra. Se uma igreja está na zona de conflito, ela será bombardeada. A cidade de El Fasher está sob controle das Forças de Suporte Rápido, mas é uma área de interesse das Forças Armadas Sudanesas, que não ataca as regiões militarizadas, mas bombardeia as igrejas e pode simplesmente dizer que foi por engano.”
Fugir pode ser perigoso
“Como El Fasher está sitiada, é difícil para qualquer pessoa sair e os cristãos estão especialmente vulneráveis. Para onde eles iriam? Nos campos de deslocados eles não estão seguros e, por causa de sua fé, não recebem ajuda. Talvez alguns cristãos tivessem reservas financeiras, mas assim que a guerra começou, essas reservas se esgotaram. El Fasher está sem comida e, mesmo que você consiga fugir da cidade, pode ser considerado um apoiador das Forças de Suporte Rápido e atacado pelas Forças Armadas Sudanesas”, diz Rafat.
Desde que as Forças Armadas tomaram controle da capital Cartum e estabeleceram um primeiro-ministro, eles parecem tentar reconstruir o país e estão reenviando as pessoas deslocadas de volta para suas casas. Os cristãos estão voltando para os arredores de Cartum, mas é difícil reabrir as igrejas, pois o governo está tomando os prédios que ficaram vazios.
Sobre o futuro da igreja no Sudão, Rafat diz: “Nós ainda não sabemos o que vai acontecer. Fazem de tudo contra a igreja e usam a guerra como desculpa. Essa é a principal preocupação de quem está voltando para casa, especialmente os cristãos que já tiveram problemas com o governo antes de a guerra começar.”
Seu apoio é fundamental
A igreja no Sudão precisa de suas orações. Você também pode fazer uma contribuição para suprir as necessidades dos cristãos deslocados. Envolva-se e seja resposta de oração!
Pedidos de oração
- Por cura emocional e espiritual aos cristãos que viveram os traumas da guerra.
- Pelas comunidades sudanesas que ainda estão deslocadas.
- Para que a igreja se fortaleça e possa se reunir em segurança em seus locais de culto.