Nova Deli planeja comprar 30 drones armados dos EUA para aumentar suas defesas marítimas e terrestres, uma vez que as tensões persistem com os vizinhos China e Paquistão.
A Índia vai aprovar em abril a compra de 30 drones MQ-9B Predator por US$ 3 bilhões (aproximadamente R$ 17,41 bilhões) fabricados pela empresa norte-americana General Atomics, afirmaram autoridades de Nova Deli à agência Bloomberg. O acordo aumentaria as capacidades militares da Índia, uma vez que os drones que o país possui agora só podem ser usados para vigilância e reconhecimento.
“As relações entre os EUA e a Índia atualmente são o resultado de décadas de esforços dedicados de ambos os países […]. O fato de a cooperação em defesa permanecer no topo da lista de prioridades para o relacionamento bilateral é um sinal de nossos objetivos de segurança mútua”, disse Vivek Lall, executivo da General Atomics.
O drone MQ-9B pode voar por cerca de 48 horas e carregar uma carga útil de cerca de 1.700 kg. Dessa forma, a Marinha da Índia terá a capacidade de monitorar melhor os navios de guerra chineses no sul do oceano Índico e equipar o exército para atacar alvos ao longo da disputada fronteira com o Paquistão, no Himalaia.
No ano passado, a Índia alugou dois MQ-9 desarmados enquanto as tensões na fronteira com a China ameaçavam se transformar em um conflito aberto. Mas, no fim, os drones acabaram não sendo implantados.
Modernização militar
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi está passando por uma modernização militar de dez anos e pretende investir US$ 250 bilhões (R$ 1,4 bilhão) na iniciativa.
Em meados de fevereiro, o Ministério da Defesa anunciou que a substituição da rede de rádios de combate (CNR, na sigla em inglês) por rádios definidos por software de última geração, que serão fabricados no país.
Além disso, a Índia está emergindo como um parceiro estratégico de defesa para os EUA, especialmente no combate à influência chinesa no oceano Índico e em algumas áreas do Sudeste Asiático. Em outubro, EUA e Índia assinaram um pacto para compartilhar dados sensíveis de satélite e mapas.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, deve visitar a Índia este mês, enquanto o presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, logo se juntará a seus colegas da Índia, Japão e Austrália na primeira reunião dos principais líderes do grupo Quad, também conhecido como a versão indo-pacífica da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e visto como resultado do esforço conjunto para conter a China.
Os líderes se reunirão virtualmente em 12 de março, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Índia. Durante o encontro serão discutidas questões como cadeias de abastecimento, segurança marítima e mudanças climáticas.