O atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu , recebeu nesta quarta-feira a tarefa de formar um novo governo em Israel, após as eleições do dia 17 deste mês, quando nenhum dos candidatos conseguiu votos suficientes para montar sozinho um gabinete. E suas primeiras palavras foram em defesa de um governo de união nacional, ao lado do oposicionista Benny Gantz . Segundo ele, uma “liderança conjunta” seria possível, indicando uma rotação no cargo de premier, mas defendeu uma resolução rápida para “não arrastar o processo”.
O partido de Benjamin Netanyahu , há dez anos no poder, ficou em segundo lugar na votação, conseguindo também o apoio de partidos religiosos e de extrema direita, porém em um número aquém do necessário para garantir maioria no Knesset, o parlamento israelense. Tanto que muitos davam como certa a escolha de Gantz, que conseguiu o apoio dos partidos árabes, além da opção mais provável hoje, a de um governo de união nacional.
O problema é que as conversas para a formação desse gabinete Netanyahu-Gantz fracassaram nesta quarta-feira, levando o presidente Reuven Rivlin se decidir pelo atual premier. Para analistas, a escolha foi justamente para forçar os dois a chegarem a um acordo, evitando a terceira eleição geral apenas em 2019. Eles também veem Netanyahu s em força política para seguir no cargo por conta própria.
O cenário de um governo de união também agrada Avigdor Lieberman , que ficou em quarto lugar nas eleições e cujo apoio daria maioria a qualquer um dos lados. Seu partido, o Yisrael Beitenu (Israel Nossa Casa, em hebraico), não recomendou qualquer um dos nomes.
Um outro motivo, talvez o mais urgente, para Netanyahu se esforçar nas negociações são seus problemas com a justiça. Na semana que vem começam as audiências preliminares de três casos de corrupção contra ele, que podem até levá-lo à prisão. Se estiver no governo, não poderá ser obrigado a deixar o cargo, nem mesmo se for indiciado. O partido de Benny Gantz, o Azul e Branco, já disse que não estará no mesmo gabinete de alguém que estiver sendo alvo de um processo na justiça.
Fonte: O Globo.