Dirigentes de forças de segurança do Irã ajudaram o Hamas a planejar o ataque contra Israel, de acordo com uma reportagem do jornal “Wall Street Journal” deste domingo (8). Segundo a reportagem, os iranianos deram autorização ao Hamas para realizar a ofensiva em um encontro que aconteceu em Beirute, no Líbano, na última segunda-feira (2).
Esse foi o mais violento ataque contra o território israelense em 50 anos.
O conflito mais recentes entre Israel e o Hamas entrou em seu segundo dia neste domingo. O balanço mais atual das autoridades locais indica que ao menos 1.120 pessoas morreram, sendo 700 em Israel, 413 na Faixa de Gaza e sete na Cisjordânia. Milhares de pessoas ficaram feridas.
O confronto começou depois que o Hamas realizou, no sábado, um ataque-surpresa contra o território israelense. A partir da Faixa Gaza, foram lançados 5 mil foguetes. Homens armados do Hamas invadiram o território israelense e atiraram em pessoas nas ruas da região e sequestraram israelenses como reféns.
O Hamas é um grupo islâmico extremista armado que domina o território palestino da Faixa de Gaza, a sudoeste de Israel.
Reunião em Beirute
A reportagem do “Wall Street Journal” credita a informação a pessoas do Hamas e também do grupo libanês Hezbollah.
Membros da Guarda Revolucionária do Irã começaram a trabalhar com o Hamas em agosto para organizar o ataque.
O plano da Guarda Revolucionária do Irã seria, segundo o jornal, criar ameaças a Israel em diversas frentes: no norte, os israelenses seriam atacados pelo Hezbollah, e no sul e na Cisjordânia, pelo Hamas e pela Frente de Liberação da Palestina
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez declarações públicas sobre os ataques. Ele afirmou que o “regime sionista será erradicado pelas mãos do povo palestino e por todas as forças de resistência na região”.
Hezbollah já deu apoio público ao Hamas
Ainda no sábado, o Hezbollah anunciou apoio ao ataque promovido pelo Hamas contra Israel, afirmando estar em contato direto com líderes de grupos de resistência.
Neste domingo, ataques foram feitos contra o norte de Israel a partir do Líbano. Esses novos bombardeios foram reivindicados pelo Hezbollah, que afirmou ter disparado foguetes em “solidariedade” ao povo palestino.
Os alvos, segundo o próprio Hezbollah, seriam três posições militares israelenses em uma região conhecida como Fazendas de Shebaa, que está em um território ocupado por Israel desde 1967. Essa área é reivindicada pelo Líbano.
As Forças Armadas de Israel disseram que revidaram o ataque do Hezbollah e que um drone atingiu um posto do grupo na região da fronteira com o Líbano.
Confrontos em Israel e nos Territórios Palestinos
Guerra no sul
As forças israelenses também afirmaram que continuariam executando uma operação em oito áreas que ficam nos arredores da Faixa de Gaza, no sul do país. Um complexo, que seria usado pela inteligência do Hamas, foi bombardeado em Gaza.
Por sua vez, o Hamas divulgou um comunicado dizendo que seus integrantes continuam engajados em “lutas ferozes” dentro de Israel.
O Gabinete de Segurança de Israel emitiu uma declaração oficial de guerra contra o Hamas neste domingo. A medida oficializa o que já havia sido anunciado por Netanyahu e permite que o governo mobilize mais reservistas e intensifique a resposta militar ao conflito.
Palestinos e israelenses
O conflito entre Israel e Palestina se estende há décadas. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.
Israel foi reconhecido como país no ano seguinte. Desde então, há uma disputa por território, e vários acordos já tentaram estabelecer a paz na região, mas sem sucesso.
Fonte: G1.