Em carta enviada à ONU, governo sírio diz que Israel praticou mais de 50 ataques no país em menos de um ano. Já o Irã, país parceiro de Damasco, adverte Israel e diz que se continuarem “os fará se arrepender de suas ações”.
O assessor sênior do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ali Asghar Khaji, alertou Israel contra cruzar as “linhas vermelhas” na Síria, em uma aparente referência aos supostos ataques aéreos contínuos do Estado judeu em solo sírio.
“Enquanto o governo sírio está lutando contra terroristas, Israel os apoia. Nossa presença na Síria visa combater o Daesh [grupo proibido na Rússia e em vários outros países] e outros grupos terroristas, mas se Israel quiser cruzar as ‘linhas vermelhas’, enfrentará a resposta mais dura, o que os fará se arrepender de suas ações”, argumentou Khaji.
A declaração foi feita algumas semanas após o Ministério das Relações Exteriores da Síria enviar cartas ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ao Conselho de Segurança e ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, depois do último suposto ataque aéreo israelense ao país.
Na carta, Damasco diz que “Israel cometeu […] nova agressão aos territórios da República Árabe Síria nos arredores de Hama, que ceifou a vida de dois pais, duas crianças e feriu quatro membros da mesma família, além de destruir várias casas”.
De acordo com o Ministério, o ataque aéreo do mês passado foi um dos mais de 50 ataques realizados no espaço de menos de um ano. Estas ações são “uma violação clara dos direitos humanos dos sírios e do direito internacional, e um ataque contra o direito dos sírios de viver em paz e segurança”, sublinhou o governo sírio.
Embora Israel geralmente não comente sobre o assunto, o governo sírio atribuiu repetidamente os ataques com mísseis, em particular aos depósitos de armamento direcionados à Síria, às Forças de Defesa de Israel (FDI). Tel Aviv insiste que Teerã está fornecendo armas a Damasco como forma de atacar Israel.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou Israel que a Síria não deveria ser transformada em um campo de batalha entre Tel Aviv e Teerã, e pediu ao governo israelense que desse a Moscou qualquer informação sobre qualquer ameaça percebida em vez de usar a opção militar.