O Irã declarou neste domingo (horário local, sábado no Brasil) que o embargo imposto pela ONU às vendas de armas de e para a República Islâmica expirou, conforme o acordo do programa nuclear iraniano de 2015 e a resolução 2231 do Conselho de Segurança.
“A partir de hoje, todas as restrições a transferência de armas, atividades relacionadas e serviços financeiros de e para a República Islâmica do Irã (…) foram automaticamente suspensas”, informou o Ministério das Relações Exteriores iraniano em um comunicado.
Pelo acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano, esse embargo, que proíbe principalmente a venda de armas e equipamentos militares pesados ao Irã, expiraria em 18 de outubro.
“Assim, a República Islâmica do Irã pode adquirir as armas e equipamentos necessários de qualquer fonte, sem qualquer restrição legal e exclusivamente com base em suas necessidades defensivas”, acrescenta o texto publicado pelo ministério.
Moscou confirmou em setembro que deseja desenvolver sua cooperação militar com Teerã assim que o embargo expirar. A China, por sua vez, não escondeu sua intenção de vender armas ao Irã a partir de 18 de outubro.
De acordo com o comunicado, a República Islâmica “também pode exportar armas defensivas de acordo com suas próprias políticas”.
Em agosto, os Estados Unidos tentaram, em vão, que o Conselho de Segurança da ONU prolongasse o embargo e restabelecesse as sanções internacionais contra o Irã retiradas do pacto.
A chancelaria iraniana afirmou que este domingo foi “um dia memorável para a comunidade internacional” e acrescentou que o mundo esteve ao lado do Irã “ignorando os esforços do regime norte-americano”.
Em maio de 2018, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou unilateralmente seu país do acordo sobre o programa nuclear iraniano, fechado em Viena em 2015.
O comunicado iraniano pede para Washington “abandonar sua abordagem destrutiva à resolução 2231” e lembra que suas tentativas foram “categoricamente rejeitadas várias vezes nos últimos três meses pelo Conselho de Segurança”.
Se houver uma “violação substancial da resolução e dos objetivos” do pacto sobre o programa nuclear, a República Islâmica do Irã se reserva o direito de tomar todas as contra-medidas necessárias para garantir seus interesses nacionais”.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, declarou em sua conta no Twitter que a comunidade internacional havia “protegido” o acordo sobre o programa nuclear e que neste domingo se estabeleceu a “normalização da cooperação do Irã com o mundo”.
Trump argumenta – ao contrário das outras partes do acordo, junto com o Irã (Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia) – que esse texto não oferece garantias suficientes para impedir que Teerã se equipar com a bomba atômica. No entanto, o Irã sempre negou querer se munir dessa arma.
Fonte: AFP.