Teerã decidiu aumentar o nível de enriquecimento de urânio após a morte de um cientista de topo na sexta-feira (27), limitando também acesso internacional a seu controle.
O Parlamento iraniano aprovou um projeto de lei, denominado “A medida estratégica para a remoção de sanções”, com o objetivo de revitalizar as atividades nucleares do país após o assassinato do físico nuclear iraniano Mohsen Fakhrizadeh, informou no domingo (29) a agência de notícias Farsi.
O cientista, que também era o chefe do centro de inovação do Ministério da Defesa do Irã, morreu em consequência de um ataque de homens armados na sexta-feira (27) na cidade de Absard, região de Teerã, Irã, o que se segue a medidas tais como imposição de sanções dos EUA e assassinato do general Qassem Soleimani em janeiro.
De acordo com a Farsi, os legisladores atribuíram um status de dupla urgência ao projeto de lei e o ratificaram com uma votação de 232-14 durante uma sessão no domingo (29).
O projeto de lei prevê aumentar o nível de enriquecimento de urânio para 20% ou mais, um tipo considerado de urânio de qualidade militar. No momento, o Irã está enriquecendo o urânio em mais de 4%, enquanto o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) limitou o nível a 3,67% de pureza.
Além disso, o projeto de lei envolve a restauração do reator nuclear de Arak, que foi programado para ser redesenhado para a produção de radioisótopos de forma a não produzir plutônio de qualidade militar sob o acordo nuclear, e a construção de outro reator.
Outra disposição do projeto de lei, que deverá ser discutida na terça-feira (1º), prevê que Teerã abandone o cumprimento voluntário do Protocolo Adicional ao acordo de salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica, segundo o deputado Nezam Mousavi.