Desde 2007, a Faixa de Gaza é controlada pelo grupo extremista Hamas. O grupo é considerado terrorista por Israel e outras potências ocidentais. Por causa disso, Israel e Egito adotaram um bloqueio a Gaza. Ou seja, só entram e saem pessoas e produtos com a autorização dos dois países. Entre os itens que não podem entrar no enclave, estão as armas.
Contudo, no recente ataque terrorista do Hamas a Israel, um poderoso material bélico foi usado. E a suspeita dos especialistas é que as armas cheguem a Gaza de forma clandestina, vindos de países como Irã e até Coreia do Norte.
Os militantes do Hamas usaram uma granada propelida por um foguete F-7, que conhecida por estar entre os armamentos do exército da Coreia do Norte.
A granada é disparada do ombro do atirador e tem como objetivo acertar veículos blindados.
Outras armas, como o míssil antitanque Bulsae e o rifle automático tipo 58 também foram mostrados pelo Hamas, como forma de exibir o arsenal que o grupo possui.
Esses armamentos são usados pelo exército da Coreia do Norte.
Equipamentos chegam de forma clandestina
A Faixa de Gaza é cortada por túneis subterrâneos, que seriam o trajeto para os armamentos entrarem de forma clandestina no enclave. Também há registros de violação ao bloqueio marítimo no Mar Mediterrâneo.
Outra suspeita é que o Irã ajude com conhecimento e armamento.
“O Hamas adquire suas armas através de contrabando ou construção local, e recebe algum apoio militar do Irã”, diz o World Factbook da CIA, o órgão de Inteligência dos Estados Unidos.
“O Hamas recebeu armas do Irã contrabandeadas para a Faixa [de Gaza] através de túneis. Isso muitas vezes incluía sistemas de armas de longo alcance”, afirmou Daniel Byman, pesquisador sênior do Projeto de Ameaças Transnacionais do CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais).
Fábrica de armamentos em Gaza
Além da suposta ajuda da Coreia do Norte e do Irã, o Hamas possui fábricas de produção de armamentos dentro da Faixa de Gaza.
“Temos fábricas locais para tudo, para foguetes com alcance de 250 km, para 160 km, 80 km e 10 km. Temos fábricas de morteiros e seus projéteis. Temos fábricas de Kalashnikovs (rifles) e suas balas. Estamos fabricando as balas com permissão dos russos. Estamos construindo isso em Gaza”, explicou Ali Baraka, chefe de Relações Nacionais do Hamas no Exterior, em entrevista à rede russa Russia Today.
Além dessas fábricas, o Hamas recicla armamentos usados em batalhas antigas. Desde que assumiu o controle de Gaza, o grupo extremista é atacado por Israel. Portanto, ao longo do território podem ser encontradas granadas e outros armamentos que pertenciam a Israel. Com apoio técnico das Forças Armadas do Irã, o Hamas consegue consertar os equipamentos para reutilizá-los em batalhas.
Armas feitas à mão
Um documentário de 2021 da Al Jazeera mostrou que integrantes do Hamas construíam as armas artesanalmente, usando inclusive armamentos e munições de ataques de Israel para produzir as armas.
O documentário também mostrou que homens do Hamas mergulhavam no Mar Mediterrâneo em busca de bombas não detonadas, inclusive algumas da época da Segunda Guerra Mundial (1939-45).Segundo a BBC, parte desse armamento artesanal foi construído com ajuda de especialistas iranianos.
Fonte: UOL.