O chefe das Forças Armadas do Irã, major-general Mohammad Bagheri, disse no domingo que a abordagem de seu país aos Emirados Árabes Unidos mudaria por causa do acordo de normalização dos Emirados Árabes Unidos com Israel.
“Definitivamente, a atitude da nação iraniana em relação a este estado vizinho [EAU] mudará fundamentalmente, e as forças armadas da República Islâmica também lidarão com aquele país com cálculos diferentes”, disse Bagheri, de acordo com a Agência de Notícias Tasnim do Irã.
O porta-voz do parlamento iraniano, Baqer Qalibaf, disse no domingo que a amizade com Israel era uma traição contra o mundo islâmico, relatou Tasnim.
Um dia antes, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, criticou duramente os Emirados Árabes Unidos por seu anúncio de 13 de agosto.
“Nestes dias enfrentamos um país vizinho que se aproximou do inimigo do mundo islâmico e da região e do assassino da nação palestina na decisão de se aproximar do regime sionista”, disse Rouhani, segundo a agência de notícias iraniana Fars. “A medida [dos Emirados Árabes Unidos] está cem por cento errada e condenada”, acrescentou.
O presidente turco, Tayyip Erdoğan, disse na sexta-feira que o acordo de normalização era intolerável e que a Turquia pode suspender as relações diplomáticas com os Emirados Árabes Unidos e retirar seu embaixador.
“O movimento contra a Palestina não é um passo que pode ser estancado. Agora, a Palestina está fechando ou retirando sua embaixada. A mesma coisa é válida para nós agora”, disse Erdoğan, relatou a Reuters. Ele acrescentou que deu ordens ao seu ministro das Relações Exteriores a respeito do assunto, segundo o relatório.
“Eu disse a ele que também podemos dar um passo no sentido de suspender os laços diplomáticos com a liderança de Abu Dhabi ou retirar nosso embaixador”, disse ele.
A Turquia mantém relações diplomáticas com Israel, mas os laços são tensos, já que o presidente islâmico turco segue uma política externa em desacordo com Israel e apoia movimentos radicais em toda a região.