A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta quinta-feira (8) que não poderia garantir a natureza pacífica do programa nuclear do Irã.
De acordo com um relatório do órgão de vigilância atômica da Organização das Nações Unidas (ONU), o Irã tem urânio enriquecido suficiente para fabricar uma bomba em três semanas e não há garantia de que seu programa nuclear seja pacífico.
A agência sustenta as alegações enfatizando que não houve “progresso” na resolução de questões sobre a presença de material nuclear em locais não declarados. A suspeita é que o governo iraniano esconda parte do seu programa nuclear.
A Agência Internacional de Energia Atômica disse que seu diretor-geral, Rafael Grossi, estava “cada vez mais preocupado com o fato de o Irã não ter se envolvido com a agência nas questões pendentes de salvaguardas. Portanto, não houve progresso para resolvê-las”.
A AIEA vem exigindo respostas do Irã sobre a presença de material nuclear em três locais não declarados. A questão levou a uma resolução criticando o Irã na reunião de junho do conselho de governadores da agência.
O relatório relembra que a decisão do Irã, em junho, de desconectar 27 câmeras que monitoravam suas atividades nucleares, o que resultou em “implicações prejudiciais para a capacidade da agência de garantir a natureza pacífica do programa nuclear do Irã”.
A AIEA aponta, por fim, que o estoque de urânio enriquecido do Irã aumentou para cerca de 3.940 kg, mais de 19 vezes o limite estabelecido no acordo. Seu estoque de urânio enriquecido a 60%, muito mais próximo do limite de 90% exigido para uso em uma arma, agora é de 55,6 kg.
Um diplomata em Viena, consultado pelo portal Arab News, explicou que provavelmente serão necessárias “três a quatro semanas para atingir a quantidade significativa” necessária para uma arma nuclear.