Apesar de décadas de sanções, o Irã conseguiu desenvolver seu arsenal de mísseis, maior do que qualquer outro país do Oriente Médio, incluindo Israel, revelou um estudo do Pentágono nesta terça-feira.
“O Irã tem um extenso programa de desenvolvimento de mísseis, e o tamanho e a sofisticação de sua força de mísseis continuam a crescer, apesar de décadas de esforços de contraproliferação que visam conter seu avanço”, afirmou a Agência de Inteligência de Defesa.
O estudo informou que o Irã considera os mísseis uma necessidade estratégica devido às limitações de sua força aérea, que ainda tem alguns aviões dos EUA encomendados pelo xá pró-Ocidente, que foi derrubado em 1979.
“Na falta de uma força aérea moderna, o Irã adotou mísseis balísticos como uma capacidade de ataque de longo alcance para dissuadir seus adversários na região – principalmente Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita – de atacar o Irã”, afirmou o relatório.
O Irã tem “a maior força de mísseis do Oriente Médio”, prosseguiu o documento. Um oficial de inteligência dos EUA comentou sob condição de anonimato que a avaliação incluía Israel.
O relatório dizia também que o Irã havia desenvolvido uma série de mísseis que poderiam atingir uma distância de 2.000 km – capaz de atingir Israel ou a Arábia Saudita.
Tecnologia iraniana
O Irã em 2017 apresentou o míssil Khoramshahr, com 1.250 milhas de alcance, que pode carregar várias ogivas. O estudo do Pentágono, de acordo com um tweet do presidente Donald Trump na época, disse que o míssil parecia usar tecnologia da Coreia do Norte.
Mas o documento do Pentágono disse que o Irã estava gastando um pouco menos em suas Forças Armadas, com US$ 20,7 bilhões orçados em 2017.
A economia do Irã está sob crescente pressão desde que Trump retirou-se no ano passado de um acordo de desnuclearização e reimpondo sanções abrangentes.
Christian Saunders, especialista em Irã na Agência de Inteligência de Defesa, alertou sobre o impacto se um embargo de armas for levantado no Irã no próximo ano.
“Essas restrições devem expirar em outubro de 2020, proporcionando a Teerã a oportunidade de adquirir algumas capacidades avançadas que estão além de seu alcance há décadas”, declarou Saunders a repórteres.
A República Islâmica enfrenta sanções impostas pela ONU contra a importação de armas desde 2006, mas o embargo deve expirar cinco anos após a implementação do acordo nuclear.
O acordo, que o Irã alcançou em 2015 com o governo do ex-presidente Barack Obama, bem como com a Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia, está sob sério risco após a saída de Trump e Teerã ter tomado medidas para acabar com o cumprimento como um protesto contra as sanções continuadas.
Um oficial de inteligência dos EUA esperava que o Irã se concentrasse na aquisição de caças e tanques de batalha, sendo a Rússia e a China os fornecedores mais prováveis.
O Irã argumenta que deve manter suas defesas, apontando o apoio ocidental a Saddam Hussein durante a guerra Irã-Iraque e o programa nuclear não declarado de Israel.
Fonte: Sputnik.