A vida de Bita (pseudônimo) no Irã foi marcada por dificuldades desde a infância, quando seu pai, um ex-oficial militar, foi preso durante a Revolução Iraniana e lutou contra o vício em drogas. Sua mãe, sobrecarregada pelas provações do casamento e da vida, abandonou a família quando Bita ainda era muito jovem.
Sem amparo dos pais, Bita foi enviada para viver com uma tia, mas em vez de receber carinho familiar, foi tratada como serva, forçada a realizar tarefas domésticas exaustivas e a suportar abusos físicos e emocionais.
A escola se tornou seu único refúgio, estudando ela conseguia sonhar com um futuro como professora e por isso seu desempenho na sala de aula era excelente. No entanto, sua tia frustrou seus desejos e forçou-a abandonar os estudos e continuar servindo a família.
Aos 14 anos, Bita foi forçada a se casar com um homem que parecia gentil, mas se revelou usuário de drogas e infiel. “Quando pensei ter escapado de uma prisão, entrei em outra”, relembra Bita sobre o casamento.
Mesmo após se tornar mãe, a situação não melhorou. A infidelidade e a negligência do marido persistiram, fazendo com que Bita se sentisse desvalorizada e solitária. “Ele me tratava como se eu não fosse um ser humano – como se eu não existisse. Muitas vezes, eu passava minhas noites sozinha, chorando, enquanto meu marido desaparecia por dias”, compartilha.
Após duas décadas de sofrimento, Bita chegou ao limite. Em um ato de desespero, tentou tirar a própria vida. Contudo, uma amiga a encontrou a tempo e a socorreu, salvando-a. “Eu não entendia por que sobrevivi naquela noite. Eu literalmente não tinha mais nada pelo que viver”, relata.
Encontrando um propósito
Foi então que um convite para uma igreja doméstica secreta mudou o rumo de sua vida. Ao ouvir falar de Jesus, Bita sentiu um despertar em sua alma. “Quando ouvi o nome Jesus, foi como se algo em minha alma despertasse. Pela primeira vez em minha vida, eu me senti vista!”, exclama. Naquela noite, ela entregou sua vida a Cristo.
Desde então, a vida de Bita passou por uma transformação notável, percebida até por seus filhos. Integrada à comunidade cristã secreta, ela encontrou apoio e força para seguir em frente.
A Portas Abertas organizou uma conferência para cristãs afetadas por traumas em um país vizinho e Bita experimentou a cura. “Pela primeira vez na minha vida, eu realmente consegui sorrir. Foi como se o próprio Deus arrancasse a amargura e me desse alegria… uma alegria inimaginável”, compartilha emocionada.
Bita sonha em compartilhar com outras mulheres a esperança e a liberdade que encontrou em Jesus. “Há muitas mulheres como eu, e eu sei disso. Elas precisam saber que são amadas. Elas precisam saber que não foram esquecidas. Elas precisam conhecer a Jesus”, declara.
Bita inspira outros cristãos secretos com sua resiliência e testemunha: “Se Deus salvou alguém como eu, ele pode salvar qualquer um. Ele quer salvar a todos!”.
Apoie cristãos secretos!
Há outros milhares de cristão secretos como Bita que precisam ser fortalecidos para resistir à perseguição e aos conflitos no Oriente Médio. Faça uma doação e permita que nossos irmãos recebem discipulado e cuidados pós-trauma.