O ministro da Defesa de Israel, Naftali Bennett, anunciou no domingo os planos de construir um novo bairro judeu em Hebron, a maior cidade palestina da Cisjordânia. Segundo as autoridades, o objetivo é criar uma “continuidade territorial”.
A proposta é demolir um mercado atacadista local para criar o novo bairro, o que dobraria o número de colonos israelenses na área. Atualmente, existem aproximadamente 200.000 palestinos e 1.000 judeus vivendo na cidade.
O secretário geral da Organização de Libertação da Palestina, Saeb Erekat, acredita que o anúncio “é o primeiro resultado tangível da decisão dos EUA de legitimar a colonização” nos territórios ocupados por Israel desde 1967.
Duas semanas atrás, Washington parou de considerar tais acordos como uma violação do direito internacional.
Reacções
As notícias recentes de Tel Aviv geraram várias reações e vários parlamentares da oposição a consideraram um passo “perigoso”.
“Quem estabelece bairros judeus no coração da capital do apartheid de Israel, em vez de desmontá-los, é um messias que está prejudicando deliberadamente o futuro do estado”, disse o deputado Tamar Zandberg. No entanto, Bennett esclareceu que os direitos dos palestinos no local serão preservados.
Por seu lado, o Comitê da Comunidade Judaica de Hebron agradeceu a decisão “de devolver a vida judaica às propriedades judaicas de Hebron” e observou que “é um ato de justiça histórica que a nação israelense aguarda há 90 anos”.
Orçamento para desenvolvimento de assentamentos
O governo de Israel também aprovou no domingo a designação de 40 milhões de shekels (11,4 milhões de dólares) para o desenvolvimento dos assentamentos da Judéia e Samaria na Cisjordânia. “O terror não vai nos tirar daqui, porque esta é a nossa terra!”, Disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.