Israel manterá a liberdade de ação em relação ao Irã mesmo se o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) for renovado com Teerã, afirmou hoje (23) o premiê israelense Naftali Bennett.
“Em qualquer caso, mesmo que haja um retorno ao JCPOA, Israel certamente não é parte do acordo e não é obrigado por ele”, disse Bennett na Conferência de Segurança e Política na Universidade de Reichman em Israel.
“O erro que cometemos após o primeiro acordo em 2015 não se repetirá. Nós vamos aprender com este erro. Manteremos a nossa liberdade de ação.”
O primeiro-ministro afirmou que o Estado judeu deve preservar sua capacidade de agir em cada situação e sob quaisquer circunstâncias políticas.
As negociações sobre a restauração do acordo nuclear iraniano vão ser retomadas em 29 de novembro em Viena.
Em 2015, o Irã assinou o JCPOA com os Estados Unidos, China, França, Rússia, Reino Unido, Alemanha e União Europeia. O acordo obrigou Teerã a reduzir seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca do cancelamento de sanções, incluindo anulação do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo.
As tensões entre os dois inimigos regionais, Israel e Irã, aumentaram ainda mais após a saída dos EUA do JCPOA em maio de 2018. Os Estados signatários foram incapazes de suspender efetivamente os embargos renovados para o comércio com o Irã, o que levou Teerã a reiniciar gradualmente o enriquecimento de urânio quando o acordo entrou em colapso em meados de 2019.