Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, o país tem dados que comprovam que o Irã mente sobre suas atividades nucleares, e Tel Aviv teria capacidades que o mundo nem imagina.
Israel está preparado para utilizar suas “capacidades” para se proteger do que afirma ser uma ameaça do Irã, disse na sexta-feira (31) Yair Lapid, ministro das Relações Exteriores israelense.
“Israel tem capacidades, algumas das quais o mundo, e até alguns especialistas na área, nem conseguem imaginar, e Israel se protegerá contra a ameaça iraniana”, declarou ao Canal 12, citado pelo jornal The Times of Israel.
Questionado sobre a capacidade de Tel Aviv de atacar instalações de enriquecimento de urânio iranianas e supostos armazéns de armas, Lapid afirmou que Israel é tanto capaz como está preparado para realizar tal golpe, e sem ter de consultar os EUA.
“Israel fará tudo o que precisar de fazer para proteger sua segurança, e nós não necessitamos da permissão de ninguém para isso. Tem sido esse o caso desde que criamos este Estado”, continuou o chanceler israelense, referindo que mostrou aos países aliados informações que “provam que os iranianos estão mentindo” sobre suas recentes atividades nucleares.
Apesar disso, o ministro entende não ser contra um “bom acordo” com o Irã no que toca ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear, que limita o enriquecimento de urânio iraniano necessário para construir uma arma nuclear em troca da retirada de várias sanções a Teerã, apenas estando “contra um acordo errado”.
Lapid instou anteriormente os EUA e outros membros do JCPOA a sair das discussões do acordo nuclear em Viena, Áustria, crendo que um eventual acordo não terá “verdadeira supervisão” do programa nuclear do Irã.
Em 2018 o então presidente norte-americano Donald Trump se retirou do JCPOA, assinado em 2015 não só pelos EUA, mas também Alemanha, China, França, Irã, Reino Unido, Rússia e União Europeia. Como resposta à reposição de sanções por Washington, em 2019 o Irã começou a se afastar dos termos do acordo. Joe Biden, novo presidente dos EUA, introduziu mais sanções, apesar de concordar em regressar às negociações do acordo.