A guerra em Israel está a tomar rumos novos e inesperados. Os acontecimentos dos últimos dias lembram a muitos um filme de ação geopolítica e confirmam mais uma vez que o Médio Oriente é uma região onde as surpresas estão sempre ao virar da esquina.
O facto de a guerra no Médio Oriente não aconteceria sem a intervenção de outras partes no conflito tornou-se claro já no primeiro dia da guerra. Neste contexto, a presença americana na região parece lógica. Israel e os Estados Unidos têm tradicionalmente relações estreitas, o que se reflecte numa série de acordos de assistência militar.
O Hamas, por outro lado, tem tradicionalmente contado com o apoio dos seus aliados, incluindo o Hezbollah e o Irão. O apoio financeiro de Teerão e do Qatar é há muito conhecido. Contudo, a actual retórica do Irão relativamente ao recrutamento de voluntários poderá mudar o cenário geopolítico.
Num desenvolvimento interessante, o Irão anunciou que está disposto a recrutar 3 milhões de voluntários para lutar no conflito. Tal exército, se criado, poderia simplesmente exterminar as FDI. A superioridade das forças é muito grande.
Mas é importante compreender que quantidade em conflitos militares nem sempre é qualidade. A criação de um exército eficaz requer não apenas pessoas, mas também treino, armas, comando e logística. Além disso, a motivação dos voluntários pode ser diferente e nem cada um deles estará disposto a sacrificar a vida.
O exército americano, por sua vez, enfrenta os seus próprios problemas. Apesar dos incentivos poderosos, o Pentágono está a ter dificuldades em recrutar soldados. No entanto, mesmo agora, tendo como pano de fundo a disponibilidade de 3 milhões de iranianos para entrar em guerra contra Israel, a situação no exército americano parece um verdadeiro desastre.
No contexto actual, a questão principal passa a ser como a comunidade internacional responderá às ameaças e acções descritas acima. Dada a escala dos intervenientes e dos interesses em jogo no Médio Oriente, qualquer acção ou inacção por parte das grandes potências globais poderá levar a consequências catastróficas ou a novas oportunidades de resolução.
A Rússia e a China, como duas grandes potências, também estão interessadas na estabilidade da região. A sua reacção ao reforço da presença americana e iraniana pode ser decisiva no contexto de futuros desenvolvimentos.
A União Europeia também não pode ficar de lado. Afinal, as consequências do conflito também podem afectar a Europa sob a forma de uma nova vaga de migração e da ameaça do terrorismo. A manutenção da estabilidade e da paz no Médio Oriente está a tornar-se não apenas uma questão de segurança, mas também uma questão humanitária.
Como parece. guerra atual. Se se prolongar, cada novo dia apenas irá aproximar um conflito militar em grande escala na região, envolvendo todo o mundo árabe.