As Forças Armadas de Israel voltaram a bombardear o Irã nesta segunda-feira (16). Mísseis israelenses atingiram uma base militar em Teerã, segundo a agência de notícias iraniana Fars.
Ainda não havia informações sobre danos ou vítimas do ataque até a última atualização desta reportagem.
Mais cedo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu país havia emitido um alerta à população de Teerã para que deixassem a cidade, e as Forças Armadas israelenses publicaram um aviso de evacuação para o distrito 3 da capital iraniana, uma região com muitos ministérios e embaixadas.
Ainda não estava claro, até a última atualização desta reportagem, se o aviso se referia ao ataque à base militar, que fica do outro lado da cidade.
O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quarto dia nesta segunda-feira (16), após um fim de semana marcado por centenas de mortes, ataques diurnos e de longo alcance. A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio.
Israel lançou a “Operação Leão Ascendente” com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel.
Até o início desta segunda, ao menos 224 pessoas morreram no Irã e 22 em Israel — incluindo crianças —, com base em informações das autoridades dos países. Um único ataque em Teerã, no sábado (14), deixou 60 mortos, metade crianças. Ataques iranianos em Israel nesta segunda (16) deixaram oito mortos, segundo comunicado do serviço de emergência do país.
A ofensiva israelense continua e deve se intensificar. Autoridades disseram que ainda há “uma longa lista de alvos” no Irã. No entanto, há tentativas de conversas por um acordo de cessar-fogo.
Alvos atingidos no Irã e em Israel
O conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar de intensidade e entra em uma fase delicada, com riscos de novos desdobramentos regionais e impactos econômicos globais.
Áreas residenciais, principalmente em Teerã, instalações nucleares e de petróleo foram atingidas no Irã. Já em Israel, ataques atingiram refinarias e cidades, como Tel Aviv, que foi atacada também na madrugada desta segunda, no horário local.
Mísseis israelenses atingiram o ministério da Defesa do Irã, em Teerã. Um dos prédios do Ministério das Relações Exteriores também foi atacado e deixou feridos, segundo uma autoridade iraniana.
Um dos principais pontos atacados por Israel na sexta foi a instalação de enriquecimento de urânio de Natanz, no Irã. Neste domingo, uma autoridade informou ao “The Wall Street Journal” que os bombardeios podem ter implodido as instalações subterrâneas de Natanz.
O Ministério do Petróleo do Irã confirmou que o depósito de combustível e gasolina de Shahran, em Teerã, pegou fogo durante o ataque israelense na noite de sábado. Testemunhas relataram que o depósito foi tomado por um grande incêndio. A informação é do “The New York Times”.
O objetivo declarado dos israelenses é desmantelar o programa nuclear iraniano, que Israel considera uma ameaça à sua existência. É consenso na comunidade internacional que os israelenses mantêm seu próprio programa nuclear secreto, mas o país não é signatário do tratado para não proliferação nuclear.
Segundo um oficial das Forças de Defesa de Israel, o Irã possui urânio suficiente para construir ogivas nucleares em questão de dias. O regime iraniano também está em um estágio avançado de um programa nuclear secreto para desenvolver uma bomba. Ao menos seis cientistas do programa iraniano foram mortos por Israel.
No sábado, as Refinarias de Petróleo de Israel informaram que seus dutos e linhas de transmissão em Haifa foram danificados por ataques com mísseis lançados pelo Irã, segundo comunicado regulatório enviado à Bolsa de Valores de Tel Aviv.
A empresa afirmou que não houve feridos ou mortes nos locais atingidos e que as instalações de refino continuam operando, apesar da paralisação de algumas operações secundárias.
Com a reabertura dos mercados nesta segunda, há expectativa de volatilidade nos preços do petróleo, que já haviam subido 9% na sexta-feira. Traders buscam contratos de longo prazo como forma de proteção. Analistas esperam novos ataques israelenses, com possível ampliação das ações sobre infraestrutura energética iraniana.
Fonte: G1.