Tel Aviv reafirmou sua oposição à retomada do JCPOA, assinado em 2015 por Irã e vários outros países, mas não por Israel. O premiê israelense citou “inteligência confiável” como evidência para a posição.
Yair Lapid, primeiro-ministro de Israel, afirmou no domingo (4) que continuará pressionando os EUA para que não regressem ao acordo nuclear com o Irã, de acordo com o portal israelense Ynet.
Ao mesmo tempo, ele espera que tal estratégia seja implementada sem criar uma crise entre os dois países.
“A política certa é a que temos liderado no último ano: continuar a pressão, mas sem causar uma ruptura, apresentar inteligência confiável”, sublinhou ele.
Para o premiê, este método “está funcionando por enquanto“.
“As cláusulas que apresentamos ao governo dos EUA foram levadas em consideração”, disse.
Em 28 de agosto foi anunciado que David Barne, chefe do serviço de inteligência israelense Mossad, viajaria a Washington para impedir a assinatura do acordo nuclear. Ele parte nesta segunda-feira (5).
Oposição de Israel ao acordo nuclear
Israel tem se oposto ao longo dos anos ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), acreditando que o alívio econômico ao Irã permitirá ao país financiar grupos anti-israelenses no Oriente Médio.
O Irã está em negociações com Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e União Europeia para reavivar o acordo nuclear, assinado em 2015. O pacto exigia que o Irã reduzisse seu programa nuclear e diminuísse suas reservas de urânio em troca de alívio das sanções, incluindo a suspensão do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo, e uma maior facilidade na exportação de petróleo.
Em 2018, sob a administração de Donald Trump (2017-2021), os EUA se retiraram do JCPOA devido a violações não comprovadas por parte do Irã, impuseram sanções abrangentes a Teerã e adotaram uma política de “pressão máxima” contra o país, levando o governo iraniano a abandonar gradualmente suas obrigações sob o acordo. Joe Biden, atual presidente dos EUA, tem participado da retomada das negociações do JCPOA desde abril de 2021, mas mantém uma política largamente anti-iraniana.