Israel está trabalhando intensamente tanto no país como na Europa para abrir o caminho para que milhares de judeus ucranianos imigrem para Israel. Os primeiros 3 voos são esperados amanhã em Tel Aviv, sendo que um desses voos estará trazendo cerca de 100 órfãos judeus ucranianos.
A Agência Judaica para Israel está trabalhando em conjunto com organizações cristãs evangélicas para ajudar os judeus a escaparem da invasão russa da Ucrânia.
“Estamos em contacto com diversas comunidades e líderes das mesmas – rabis. Estamos a ajudá-los a organizar autocarros para a fronteira. E então, lá (na fronteira), chegamos junto desses autocarros e ajudamo-los na travessia da fronteira para acomodá-los nos países vizinhos” – informou Roman Polonsky, director regional da Agência Judaica para a ex-União Soviética, Europa de leste e Alemanha.
Fundada em 1929, a Agência Judaica trabalha ao lado do governo de Israel na sua principal missão, que é trazer o povo judeu de volta à Terra de Israel. Ao longo dos anos a AJ tem estabelecido missões de resgate para trazer judeus de volta a Israel, especialmente de países em conflito.
Polonsky, nascido na Ucrânia, afirmou que Israel enfrenta uma tarefa caótica: “Esta situação na Ucrânia, com os homens entre os 18 e os 60 anos, que não podem sair do país por terem de servir no exército, é uma situação (complicada) quando a família tem de ser separada e fazer uma escolha: mulheres com crianças e os idosos podendo atravessar a fronteira, mas com os homens tendo de ficar” (na Ucrânia). – informou Polonsky. Para complicar ainda mais a situação, há muitas famílias que não trouxeram documentos de identificação, há mesmo alguns sem passaportes, ainda que a Agência tenha sido capaz de mitigar alguns destes desafios.
“Estas pessoas vêm, às vezes com apenas dois sacos e com um gato ou cão ao colo, e elas precisam de tudo. Elas precisam de roupas. Precisam de medicamentos. Precisam de alimentos, e nós estamos tentando providenciar tudo isso com a nossa ajuda, incluindo (já agora) ajuda psicológica e médica” – informou Polonsky.
Trabalhando em conjunto com a organização cristã “International Fellowship of Christians and Jews”, a Agência tem estado a estabelecer centros junto às fronteiras da Polónia, Roménia, Hungria e Moldávia.
“São os nossos bons amigos (os cristãos) do mundo inteiro que nos ajudam de várias organizações, ajudam-nos financeiramente, mas também têm pessoas no terreno na Ucrânia e em outros países, e nós dependemos também dessa corrente de apoio.”
O autor evangélico Tom Hess demonstra no entanto uma grande preocupação com os que não retornam a Israel: “Vivem lá 200.000 judeus. Creio que Deus tem mostrado que o destino do povo judeu é de volta à Terra de Israel. E há 700 versos das Escrituras (chamando-os de volta)” – afirmou Hess.
No seu conhecido livro “Deixa o Meu povo ir”, Hess faz soar um apelo tanto a judeus como a cristãos sobre a importância dos judeus voltarem à sua Terra: “Assim, tal como Deus diz, é muito, muito importante saber que o destino dos judeus é Israel nestes últimos dias. Metade dos judeus do mundo já estão em Israel. Mas Ele disse que os traria a todos de volta, não deixando nenhum para trás.”