As tensões entre Israel e Irã atingiram um ponto crítico, com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrando diferentes visões sobre a estratégia para resolver a questão nuclear iraniana. Durante um telefonema em 9 de junho de 2025, Netanyahu insistiu na necessidade de forte pressão militar sobre Teerã, acusando o governo iraniano de prolongar deliberadamente as negociações.
No entanto, conforme relatado pela Axios, Trump permaneceu comprometido com a diplomacia, expressando confiança na possibilidade de chegar a um acordo com o Irã. Enquanto isso, o chefe do Comando Central dos EUA (CENTCOM), General Michael Kurilla, disse que as forças americanas estão totalmente preparadas para um cenário militar caso as negociações fracassem, destacando a complexidade da situação e o potencial para uma nova escalada.
As diferenças entre Netanyahu e Trump refletem uma dicotomia de longa data sobre o programa nuclear iraniano. Israel, que vê o Irã como uma ameaça existencial, favorece medidas preventivas, incluindo ataques militares a instalações nucleares. Netanyahu, de acordo com o The Times of Israel, disse a Trump que o Irã estava usando as negociações para ganhar tempo, continuando a enriquecer urânio a níveis próximos aos de armas.
Ele alertou a ONU em 2020 que Teerã poderia construir duas bombas nucleares, e a AIEA afirma que o Irã aumentou seu estoque de urânio enriquecido para 60%, apenas um passo abaixo do nível de 90% para armas. O exército israelense vem desenvolvendo planos nos últimos meses para atacar instalações nucleares, incluindo os complexos subterrâneos de Fordow e Natanz, de acordo com a Reuters, embora Trump tenha pressionado para que esses planos fossem suspensos em favor da diplomacia.
Trump, que retornou ao poder em janeiro de 2025, apostou na retomada do diálogo com o Irã, iniciado em abril em Omã e continuado em Roma. Segundo a BBC, a terceira rodada de negociações realizada em Mascate terminou sem avanços, mas o lado americano, liderado pelo enviado especial Steve Witkoff, permanece cautelosamente otimista.
Trump, em entrevista à Fox News, disse preferir “um acordo a um bombardeio”, mas alertou Teerã sobre uma “resposta dura” caso as negociações fracassem. Ao mesmo tempo, o Irã, segundo o Ministro das Relações Exteriores Abbas Araghchi, insiste em suspender as sanções e manter o direito de enriquecer urânio pacificamente, rejeitando as exigências dos EUA de incluir restrições ao programa de mísseis no acordo.