O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu rival político, Benny Gantz, finalmente formaram um governo de coalização nesta segunda-feira, dia 20. O país vivia um clima de impasse há um ano, período em que Netanyahu, do tradicional partido Likud, foi designado primeiro-ministro interino.
Foram realizadas três eleições, a última delas no dia 3 de março, sem que nenhum dos dois postulantes ao cargo obtivesse maioria absoluta no Parlamento de Israel.
Em meio à crise do coronavírus, o presidente do país, Reuven Rivlin, conclamou várias vezes os dois candidatos a chegar a um acordo. “Temos que estabelecer um novo governo o mais rápido possível para que seja possível guiar a população em um momento tão complexo”, disse.
Com cerca de 9 milhões de habitantes, Israel já tem mais de 13.500 casos confirmados de coronavírus. Sem a formação de um governo, o Knesset estava impedido de votar um novo orçamento ou medidas econômicas emergenciais de combate aos impactos da covid-19.
Depois de muitas conversas entre o Likud e o partido de Gantz, o Azul e Branco, ficou decidido que haverá um revezamento no cargo de primeiro-ministro. Nos primeiros 18 meses, a contar a partir de agora, Netanyahu chefia o governo, com Gantz como seu vice. Depois, eles trocam de lugar.
O acordo está sendo interpretado como um golpe de mestre de Netanyahu, que mais uma vez permanece no topo da cena política – e com uma vantagem extra.
O pacto firmado com Gantz, um político contrário à anexação de territórios palestinos por Israel, permite que Netanyahu vete nomeações para os cargos de procurador-geral e promotor. No dia 24 de maio, o primeiro-ministro, que exerce o poder há 11 anos consecutivos, será julgado por três crimes de corrupção.
Ainda falta a resolução dessas polêmicas para os israelenses poderem respirar aliviados. Caso seja encaminhada uma petição à Suprema Corte para considerar Netanhyahu inapto a exercer suas funções, deverá ser convocada uma nova eleição.
Fonte: Exame.