O presidente do Irã prometeu realizar um ataque preventivo contra Israel caso este tente danificar as capacidades nucleares iranianas.
Israel não tem a capacidade de ameaçar o progresso iraniano na área nuclear, afirmou em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (29) Ebrahim Raisi, presidente do Irã.
Em resposta a uma pergunta da agência iraniana sobre Tel Aviv se reservar o direito de atacar alvos nucleares do Irã caso o acordo nuclear iraniano seja retomado, Raisi disse que Israel tem de saber a diferença entre as decisões e as ações.
Na opinião do presidente iraniano, Israel nem terá tempo de começar tal operação, pois o país será pulverizado caso ataque o Irã. Ele citou o exemplo dos grupos palestinos, equipados com mísseis de ataque de precisão, dos quais, segundo Ebrahim Raisi, Tel Aviv é incapaz de se defender.
Apesar de as armas nucleares não fazerem parte da política externa do país, Israel não tem direito de o privar das tecnologias nucleares, disse o presidente do Irã.
“As atividades nucleares, a indústria nuclear e ter capacidade nuclear são direitos da República Islâmica do Irã, e ninguém ou nenhum oficial pode negar esse direito ao Irã”, sublinhou Raisi, citado pela agência iraniana Tasnim.
O Irã está em negociações com a Alemanha, China, EUA, França, Reino Unido, Rússia e União Europeia para reavivar o acordo nuclear formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), assinado em 2015. O pacto exigia que o Irã reduzisse seu programa nuclear e diminuísse suas reservas de urânio em troca de alívio das sanções, incluindo a suspensão do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo, e uma maior facilidade na exportação de petróleo.
Em 2018, sob a administração de Donald Trump (2017-2021), os EUA se retiraram do JCPOA devido a violações não comprovadas por parte do Irã, impuseram sanções abrangentes a Teerã e adotaram uma política de “pressão máxima” contra o país, levando o governo iraniano a abandonar gradualmente suas obrigações sob o acordo. Joe Biden, atual presidente dos EUA, tem participado da retomada das negociações do JCPOA desde abril de 2021, mas mantém uma política largamente anti-iraniana.