Exatos cinquenta anos depois da Guerra do Yom Kippur, quando a inteligência de Israel foi acusada de não ter sido capaz de prever com eficácia o ataque que viria dos países vizinhos, o país se encontra novamente em uma situação similar.
No início da manhã deste sábado, dezenas de militantes palestinos entraram em Israel a partir de Gaza e entraram em cidades fazendo israelenses de refém. Ao mesmo tempo, mais de 2.200 foguetes foram lançados a partir do território controlado pelo Hamas.
– Isto nunca aconteceu na história de Israel. Vilas israelenses estão sob o controle de facto de militantes do Hamas, que estão colocando fogo em casas e matando famílias. Todo o ataque começou de surpresa, ninguém previu que iria acontecer – diz o especialista do Instituto do Oriente Médio, Nimrod Goren. – Tudo isso é inédito em termos de amplitude e vai contra toda a percepção de como está a situação em Gaza no momento. As pessoas achavam que estavam sendo gerenciada.
A operação do Hamas a partir de Gaza pegou Israel de surpresa. Em outros momentos de ataques com foguetes, havia indícios de que estavam para acontecer. Desta vez, o governo e o público não estavam esperando, o que chocou ainda mais a população.
– Um evento desta escala com penetração pela fronteira e para além da fronteira, isso é inédito. É a primeira vez que isso acontece – Diz o pesquisador sênior do Instituto para Estudos de Segurança Nacional, Kobi Michael. – Mas é muito mais do que isso. Toda a operação que estava bem preparada e planejada e a grande falha da Inteligência de Israel sobre as questões operacionais.
Kobi afirma que esta foi a primeira vez em que Netanyahu decretou guerra oficialmente contra o Hamas, e a primeira vez que Israel declara guerra desde 1973. Nimrod afirma que ainda é preciso esperar a confirmação oficial do Exército.
– Há uma diferença entre declarar guerra e o as Forças de Defesa decretarem o alerta do estado de guerra. Netanyahu disse que estamos em guerra, mas há também um processo formal de tomada de decisão para decretar guerra. – diz Nimrod. – Decretar guerra é um processo formal para além da declaração que os líderes estão fazendo. É uma declaração política.
Fonte: Exame.