Um jovem da cidade de Bariloche, no sul da Argentina, morreu de hantavírus, e as autoridades da província de Río Negro pedem maiores precauções contra o aumento da circulação de pessoas nas férias de verão.
A morte do homem de 23 anos ocorreu nesta sexta-feira, mas foi anunciada nas últimas horas. Posteriormente, a Administração Nacional de Laboratórios e Institutos de Saúde (ANLIS) confirmou que a morte foi causada pelo vírus transmitido pelo rato de cauda longa.
Os familiares do falecido referiram que antes da morte o paciente sentia dores no corpo, vômitos e diarreia.
Formas de contágio
Depois do caso, autoridades provinciais alertaram que a variante do hantavírus que está presente no sul da Argentina também pode ser transmitida de pessoa para pessoa.
O coordenador da Unidade Regional de Epidemiologia e Saúde Ambiental (Uresa) daquela área, Eduardo Herrero, disse ao Télam: “Podemos avaliar que as pessoas ficaram mais em casa por causa do coronavírus, ficaram menos expostas e houve menos casos. as pessoas estão se mudando e talvez possam aumentar o risco de contágio.”
Da mesma forma, a forma mais comum de transmissão é pela saliva, fezes e urina do roedor. A infecção do camundongo ao humano ocorre pelo contato direto com o mamífero, suas fezes ou pela inalação do vírus. Com efeito, as expulsões do animal podem secar e, combinadas com a poeira do ambiente, ficar suspensas no ar.
Na Argentina, o rato de cauda longa é encontrado nas seguintes províncias: Salta e Jujuy, no norte do país; Buenos Aires, Entre Ríos e Santa Fe, na zona central; Misiones, ao noroeste; e Neuquén, Río Negro e Chubut, no sul.
A esse respeito, Herrero ressaltou que o hantavírus é “endêmico”, ou seja, atinge com frequência certas regiões, embora tenha esclarecido que “não há um grande número de casos”.
Consequências para a saúde
Entre os sintomas que essa doença pode causar, destacam-se: febre, dores musculares e de cabeça, calafrios, náuseas, vômitos e diarreia. Normalmente não há congestão nasal ou resfriado.
Em alguns casos, são acompanhados por dificuldades respiratórias, conhecidas como síndrome cardiopulmonar do hantavírus, que pode incluir insuficiência cardíaca e pressão arterial baixa. Essa situação pode ser grave e deve ser atendida por especialistas em saúde, pois pode exigir tratamentos intensivos e até mesmo respiração mecânica.
Dicas
Herrero ressaltou que uma forma de evitar o contágio é usar água sanitária e lavar as mãos com frequência, além de garantir uma boa ventilação. Quando se trata de ir às montanhas, algo muito comum na Patagônia argentina, ele recomenda “carregar um conta-gotas com água sanitária e colocar uma gota por litro, além de ter sabão”.
Com esse tom, ele pergunta: “Não se desvie desnecessariamente e se você pegar lenha, faça durante o dia, pois diminui o risco da luz ultravioleta do sol.” Da mesma forma, insiste que você deve acampar apenas em locais autorizados, e pede para não deixar lixo, pois isso atrai o rato. Por fim, destaca a importância do consumo de água potável.