O ministro das Relações Exteriores de Kosovo disse na sexta-feira que uma cerimônia formal será realizada na próxima semana para estabelecer laços diplomáticos com Israel, um “momento histórico” na história do país balcânico.
Meliza Haradinaj-Stublla disse que ela e seu colega israelense Gabi Ashkenazi realizarão uma cerimônia virtual em 1º de fevereiro.
“O reconhecimento de Israel é uma das maiores conquistas de Kosovo, chegando em um momento chave para nós, graças aos Estados Unidos da América, nosso aliado comum e eterno”, disse ela.
A decisão sobre o reconhecimento mútuo entre a maioria muçulmana de Kosovo e Israel foi alcançada em setembro passado em uma cúpula de líderes Kosovo-Sérvia na Casa Branca na presença do então presidente Donald Trump.
Na reunião, Belgrado também concordou em transferir sua embaixada em Israel para Jerusalém, algo que não foi feito até agora.
A administração Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel no final de 2017 e transferiu a embaixada dos EUA para lá em maio de 2018.
Washington encorajou outros países a fazerem o mesmo, mas foi amplamente criticado pelos palestinos e muitos na Europa porque o conflito israelense-palestino continua sem solução.
O Parlamento de Kosovo declarou independência da Sérvia em 2008, nove anos depois que a Otan conduziu uma campanha de ataques aéreos de 78 dias contra a Sérvia para impedir uma repressão sangrenta contra albaneses étnicos em Kosovo.
A maioria das nações ocidentais reconheceu a independência de Kosovo, mas a Sérvia e seus aliados Rússia e China não. O impasse contínuo e a relutância da Sérvia em reconhecer Kosovo mantiveram as tensões latentes e impediram a estabilização total da região dos Bálcãs após as guerras sangrentas da década de 1990.
Pristina não havia reconhecido Israel até agora, não porque sua maioria muçulmana se opusesse a ele, mas porque Israel também não havia reconhecido Kosovo ainda. Ironicamente, de fato, Israel se recusou a reconhecer Kosovo porque não queria apoiar uma declaração unilateral de um Estado, que Jerusalém temia poderia criar um precedente perigoso seguido pelos palestinos.