O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quinta-feira (12) que a Rússia “com certeza” responderá ao ataque ucraniano feito com mísseis americanos ATACMS, de longo alcance, contra o território russo na quarta-feira.
A fala de Peskov ocorre após a Rússia ter acusado o governo ucraniano de atacar um aeródromo no sul de seu território com seis mísseis ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, na quarta.
“Foram usados seis mísseis balísticos ATACMS fabricados nos EUA. Dois dos mísseis foram abatidos pelo sistema de defesa aérea Pantsir, enquanto os outros foram desviados com equipamentos de guerra eletrônica”, disse o Ministério da Defesa russo.
Os mísseis ATACMS são considerados um armamento avançado e permitem ataques com precisão a uma distância de até 300 km. A permissão do presidente dos EUA, Joe Biden, para o uso do armamento pelos ucranianos contra o território russo era considerado um tabu na guerra.
A Ucrânia está em estado de alerta para a possível resposta russa. Uma autoridade militar norte-americana afirmou na quarta que a Rússia pode lançar outro míssil balístico hipersônico contra o rival nos próximos dias.
A Rússia lançou pela primeira vez um novo míssil hipersônico, chamado Oreshnik, em 21 de novembro contra a cidade ucraniana de Dnipro. O ataque aumentou as tensões porque inicialmente não se sabia do estado de desenvolvimento do Oreshnik pela Rússia. A autoridade militar dos EUA não deixou claro se o novo lançamento seria do mesmo míssil ou de outro tipo.
Na época que lançou o Oreshnik, o presidente russo Vladimir Putin classificou o ataque como uma resposta ao primeiro uso pela Ucrânia de mísseis balísticos ATACMS dos EUA e Storm Shadows britânicos, ambos de longo alcance, para atingir território russo com permissão ocidental.
À agência de notícias Reuters, a autoridade americana que deu a informação minimizou o poder da nova arma russa:
“Avaliamos que o Oreshnik não é um divisor de águas no campo de batalha, mas apenas mais uma tentativa da Rússia de aterrorizar a Ucrânia, que fracassará”.
O presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, ordenou nesta quinta que o Exército do país posicione mísseis Oreshnik e planeje sua utilização, segundo a agência de notícias russa Tass. Nesta semana, Lukashenko se gabou que ogivas nucleares entraram secretamente no país, dias após ter assinado um novo tratado de defesa com Putin.
Fonte: G1.