O Kremlin expressou preocupação nesta quarta-feira de que o “Relógio do Juízo Final” tenha se aproximado mais da meia-noite do que nunca, embora os cientistas que moveram o marcador simbólico tenham citado as próprias “ameaças veladas” de Moscou de usar armas nucleares.
O “Relógio do Juízo Final”, criado pelo Bulletin of the Atomic Scientists para ilustrar o quão perto a humanidade está do fim do mundo, mudou na terça-feira seu “horário” em 2023 para 90 segundos para meia-noite, 10 segundos mais perto do que foi mantido nos últimos três anos.
A meia-noite neste relógio marca o ponto teórico da aniquilação. Os ponteiros do relógio se aproximam ou se afastam da meia-noite com base na leitura dos cientistas sobre as ameaças à existência em um determinado momento.
“A situação como um todo é realmente alarmante”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres, pedindo uma avaliação sóbria das tensões entre a Rússia e o Ocidente por causa da crise na Ucrânia.
Ele afirmou que não há perspectiva de qualquer trégua, com base “na linha que foi escolhida pela Otan sob a liderança dos Estados Unidos”.
“Isso nos impõe o dever de sermos particularmente cuidadosos, de estarmos alertas e de tomarmos as medidas adequadas”, acrescentou.
Na terça-feira, a presidente do “Bulletin” citou repetidas advertências do presidente Vladimir Putin e outros políticos russos de que Moscou pode estar preparada para usar armas nucleares como um fator-chave na decisão de avançar o mostrador do “Relógio do Juízo Final”.
“As ameaças veladas da Rússia de usar armas nucleares lembram ao mundo que a escalada do conflito por acidente, intenção ou erro de cálculo é um risco terrível”, disse Rachel Bronson em entrevista coletiva em Washington.
Fonte: Reuters.