Moscou responderá firmemente na forma de contramedidas técnico-militares se Washington e a OTAN criarem novas ameaças de mísseis para a Rússia, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em entrevista à Sputnik.
“Estamos prontos para qualquer cenário. Se novas ameaças de mísseis forem criadas, os adversários receberão uma resposta firme na forma de contramedidas técnico-militares. Por sua vez, medidas hipotéticas para criar condições aceitáveis para um diálogo igualitário serão levadas em consideração”, afirmou Lavrov.
A Rússia só pode estar interessada em “um trabalho abrangente para reduzir o potencial de conflito, com ênfase na eliminação das causas básicas das contradições fundamentais de segurança”, acrescentou o ministro.
“Isso inclui, antes de tudo, a expansão de longo prazo da OTAN para o Leste. Foi isso que provocou principalmente a crise ucraniana e continua a representar uma ameaça à segurança da Rússia. Hipoteticamente, questões de controle de armas também poderiam ser discutidas, mas apenas como um dos elementos de uma agenda mais ampla”, disse Lavrov.
O chanceler também afirmou que Moscou está aberta a negociações para resolver o conflito em torno da Ucrânia.
“Estamos prontos para negociações, mas elas devem concentrar-se em eliminar as causas profundas da crise ucraniana e ter em conta a situação real no terreno”, ressaltou Lavrov à Sputnik.
Ele lembrou que as abordagens da Rússia para a solução da crise ucraniana foram delineadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, no seu discurso de 14 de junho, bem como durante a grande coletiva anual com os cidadãos em 19 de dezembro.
“Trata-se acima de tudo da desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, das garantias do seu estatuto não alinhado, neutro e não nuclear, da eliminação de ameaças de longo prazo à segurança da Rússia vindas do Ocidente, incluindo a expansão da OTAN”, completou.
Mudança de poder na Síria afeta a presença militar russa no país árabe
“Obviamente, a mudança de poder e a situação no terreno fazem certos ajustes à presença militar russa na Síria. Não se trata apenas da preservação das nossas bases ou posições fortificadas, mas também das condições da sua operação, manutenção e abastecimento e de interação com o lado local”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.
Lavrov sublinhou, ainda, que a “Síria é um país soberano que tem o direito de assinar e rescindir acordos com os seus parceiros estrangeiros”, ao mesmo tempo, indicou que até a data Moscou não recebeu nenhuma mensagem do novo governo sírio relacionada com a possível revisão dos acordos sobre as bases militares russas no país.
Nesse caso, a ausência de uma resposta a este respeito pode estar relacionada ao status provisório do atual governo em Damasco, argumentou o chanceler russo.
Apesar da crise na Síria, o chanceler garantiu que o acordo de cooperação russo com o Irã permanecerá inalterado.
O tratado de parceria estratégica entre a Rússia e o Irã não requer modificações tendo em vista a situação na Síria, declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em entrevista à Sputnik.
“O novo ‘grande’ acordo, cujo texto está pronto há muito tempo e foi acordado entre as partes, tem um caráter abrangente, de longo prazo e universal, e neste sentido não requer qualquer modificação“, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, em resposta a perguntas sobre a necessidade de fazer alterações no documento após a mudança de poder na Síria.