O local, que o pesquisador Moti Aviam acredita ser na costa setentrional do mar da Galileia, tem estado seco nas últimas décadas, mas uma forte chuva neste ano arruinou os planos de escavação.
Depois de séculos procurando o local, arqueólogos encontraram o sítio em que a Bíblia diz que Jesus multiplicou pães e peixes para uma multidão de 5.000 pessoas, o “milagre dos cinco pães e dois peixes”.
O episódio teria acontecido no povoado de Betsaida, nome que se traduz por “casa de pesca/caça”, que é descrito como um “povoado” com “erva verde” que pode ser alcançado por barco.
Betsaida, que se dizia ser um povoado de pescadores, se situa perto do local onde o rio Jordão entra no mar da Galileia, de acordo com o historiador romano-judeu Flávio Josefo.
O arqueólogo principal, professor Moti Aviam do Colégio Kinneret, Israel, diz que os pesquisadores estão divididos entre o local ser em El-Araj, na costa setentrional do mar da Galileia, ou em Et-Tell.
Aviam acredita que Betsaida fica em El-Araj, também devido à descrição fornecida por Josefo, que menciona igualmente um assentamento romano. Além disso, a tradição cristã fala da construção de uma igreja no séc. VI na casa dos apóstolos Pedro e André (ambos nativos do povoado). Filipe, outro discípulo de Jesus, também nasceu em Betsaida.
“El-Araj fica na margem do lago, não como Et-Tell, que fica dois quilômetros para o interior. Isto é mais apropriado para uma vila de pescadores”, disse ele.
Tentativas de pesquisa
No entanto, as tentativas de escavação foram bloqueadas depois de uma forte temporada de chuvas recente.
“Durante os últimos 30 anos, a quantidade de chuva em Israel não foi suficiente para levar o lago à sua capacidade máxima”, disse ele. “Este ano aconteceu. Todas nossas quadras escavadas, mesmo a mais alta, o piso em mosaico da igreja bizantina, ficaram cobertas. Todo o local hoje está coberto por uma grande lagoa, na qual estão nadando peixes-gato.”
Aviam revela que as condições são tais que a escavação já não vai continuar em 2020 e diz acreditar que teria sido uma inundação que causou o abandono de Betsaida no séc. III d.C., antes de ser identificada como tal pelos cristãos bizantinos no séc. VI d.C. que construíram uma igreja no local.