“O risco de uma corrida do Irã em direção à arma nuclear ameaça a região, a Europa e, de forma mais ampla, a estabilidade global”, declarou Macron. “A questão nuclear iraniana é grave, uma questão existencial. Deve ser resolvida por meio da negociação e da retomada do diálogo”, enfatizou. “Não podemos viver em um mundo em que o Irã detenha a bomba atômica. Trata-se de uma ameaça existencial e um risco direto à segurança de todos nós.”
Consequências econômicas Durante a coletiva de imprensa, o presidente francês Emmanuel Macron alertou que o atual agravamento das tensões no Oriente Médio — com os bombardeios israelenses em larga escala contra o Irã e a ameaça de retaliação por parte de Teerã — pode ter repercussões além da esfera geopolítica. “Devemos nos preparar também para as consequências econômicas da escalada”, disse o chefe de Estado, sem especificar medidas concretas, mas mencionando possíveis impactos nos mercados globais, especialmente no setor energético e nos fluxos comerciais.
A França participará “das operações de proteção e defesa” de Israel em caso de “represálias” por parte do Irã, se estiver “em condições de fazê-lo”, declarou na sexta-feira o presidente Emmanuel Macron, enquanto Israel continua seus bombardeios contra o Irã. “Manifestei nossa disponibilidade nesse sentido”, afirmou o chefe de Estado durante a coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu. “Por outro lado, não considero em hipótese alguma participar de qualquer operação ofensiva. Esse não é o nosso papel”, destacou Macron.
“França reafirma direito de Israel de se proteger”, escreve Macron após telefonema com Netanyahu “Estado palestino desmilitarizado” A conferência da ONU sobre o Estado palestino, que deveria ocorrer na próxima semana em Nova York, será adiada “por razões logísticas e de segurança”, mas “acontecerá o mais rápido possível”, adicionou ainda o presidente francês. “Esse adiamento não pode, de forma alguma, colocar em dúvida nossa determinação em avançar rumo à implementação da solução de dois Estados. Independentemente das circunstâncias, reafirmei minha determinação em reconhecer o Estado da Palestina”, acrescentou.
Um “Estado palestino desmilitarizado” é um “pré-requisito indispensável para a integração regional de Israel”, completou o presidente francês. Israel amplia ofensiva e se prepara para resposta iraniana Enquanto isso, as forças armadas israelenses anunciaram que continuam os bombardeios “a toda força” contra o Irã, após o ataque massivo da madrugada de sexta-feira que destruiu cerca de cem alvos militares e nucleares em diferentes pontos do país. “Estamos avançando com força total e em ritmo elevado para atingir os objetivos que definimos”, declarou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, general Eyal Zamir. Segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Israel se prepara para “várias ondas de ataques iranianos” em resposta às ações. A ofensiva — a maior já registrada entre os dois países — matou os principais chefes militares do Irã, incluindo o chefe do Estado-Maior, o comandante dos Guardiães da Revolução e o líder da força aeroespacial do país. Leia tambémQuais os cenários de uma possível retaliação do Irã contra Israel? Explosões foram registradas ao longo do dia em diversas cidades iranianas, incluindo uma nova explosão próxima ao centro de enriquecimento de urânio em Natanz, e uma forte detonação perto de uma base militar em Hamedan, a mais de 300 quilômetros de Teerã.
Diante do risco de retaliação, Israel orientou a população a permanecer próxima de abrigos antiaéreos e mobilizou milhares de reservistas em todo o território. Os ataques ocorrem a dois dias de um novo ciclo de negociações indiretas entre Teerã e Washington sobre o programa nuclear iraniano, previstas para domingo (15) em Omã. Com o agravamento da crise, a continuidade das conversas está agora em dúvida. França reforça segurança e desaconselha viagens Emmanuel Macron também anunciou o reforço da operação Sentinela, que mobiliza militares em território francês, “para enfrentar todas as potenciais ameaças no território nacional”. Medidas adicionais foram tomadas para proteger diplomatas, tropas francesas e cidadãos franceses no Oriente Médio: “Peço aos nossos compatriotas que não viajem para a região, sob nenhum pretexto”.
Fonte: RFI.