O líder venezuelano alegou conhecer os ‘planos imperialistas’ dos vizinhos. Tensões com o Brasil crescem desde que desertores das Forças Armadas venezuelanas entraram com pedido de refúgio em Roraima.
Nesta terça-feira (14), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou em discurso na Assembleia Constituinte do país que seu país está pronto para “arrebentar os dentes” de Colômbia e Brasil, em caso de agressão militar por parte dos vizinhos.
“Aumentamos a capacidade de defesa da pátria. Sei do que estou falando: conheço os planos imperiais, conheço em detalhe os planos da oligarquia colombiana e [do presidente brasileiro] Jair Bolsonaro”, declarou Maduro.
As relações entre Maduro e os mandatários da Colômbia e Brasil se deterioraram significativamente em 2019, reportou o jornal argentino Clarín.
“Caso se atrevam [a realizar uma agressão] nós vamos arrebentar-lhes os dentes, para que aprendam a respeitar as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas e o povo de [Simón] Bolívar”, acrescentou.
As relações do governo venezuelano com o executivo brasileiro, que tem adotado uma retórica dura contra Maduro e reconhece o deputado oposicionista Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, se deterioraram no fim de 2019.
Na ocasião, um grupo de cinco militares venezuelanos, acusados por Caracas de invadir um quartel militar, iniciaram procedimento para obter o status de refugiados no Estado brasileiro de Roraima.
Maduro admitiu ter considerado ordenar a captura dos militares, que ele qualifica como ‘desertores’ em território brasileiro.
No entanto, Maduro desistiu da medida por considerar que o “território brasileiro é sagrado”, acrescentando que a Venezuela “assim o reconhece”.
Tensões com a Colômbia
A Venezuela e a Colômbia compartilham uma fronteira bastante porosa de mais de dois mil quilômetros, na qual casos de violência são recorrentes. A Venezuela acusa reiteradamente grupos armados colombianos de incitar a violência na região fronteiriça.
A relação entre os países piorou drasticamente desde a chegada de Hugo Chávez ao poder em Caracas, em 1999.
Nos últimos meses, o governo de Maduro acusa a administração do presidente da Colômbia, Ivan Duque, de preparar ações na fronteira para justificar uma eventual agressão militar de Bogotá.
Fonte: Spuntik.