O número de casos nativos de chikungunya na França ultrapassou a marca de 500 casos apenas no ano de 2025, anunciou nesta quarta-feira (24) o Serviço de Saúde Pública do país, um nível absolutamente inédito que destaca o quanto as infecções transmitidas por mosquitos estão se espalhando.
Até 22 de setembro, 570 casos de chikungunya, distribuídos em 65 focos, resultaram de contaminações dentro do território francês desde o início do verão, segundo o boletim semanal da agência sanitária. Na semana anterior, o número era de 480.
Embora vários surtos já estejam encerrados, o verão no hemisfério norte deste ano apresentou uma dimensão inédita na França metropolitana para os casos locais de chikungunya, cujo vírus é transmitido de uma pessoa para outra por meio de picadas do mosquito tigre, provocando febre e dores articulares.
Até então, nunca haviam sido registrados mais do que algumas dezenas de casos por ano na França metropolitana para essa doença, geralmente restrita às zonas tropicais.
Este ano, uma forte epidemia no território da Ilha da Reunião favoreceu a chegada de casos à metrópole, mas, de forma mais geral, o contexto do aquecimento global facilita a implantação do mosquito tigre em regiões onde ele ainda estava ausente há algumas décadas.
Outra doença transmitida por esse mosquito, a dengue, continua registrando alguns casos na metrópole, embora em menor escala: 24 casos em 11 focos, segundo o último boletim.
Alerta aos viajantes
O ministério da Saúde havia enfatizado, em meados de setembro, que a temporada do chikungunya está longe de terminar, pedindo atenção especial aos viajantes que retornam das Antilhas e da Guiana Francesa.
As autoridades sanitárias regionais da Provença-Alpes-Costa Azul anunciaram nesta quarta-feira que todos os habitantes de Antibes, cidade atingida por um foco particularmente importante com cerca de cem casos, receberão um SMS recomendando atenção às picadas de mosquito, e que procurem um médico em caso de sintomas incomuns.
Existe uma vacina contra o chikungunya, desenvolvida pelo grupo Valneva, mas seu futuro é incerto após efeitos colaterais às vezes fatais. Os Estados Unidos suspenderam seu uso, e a França anunciou esta semana que ela continua contraindicada para maiores de 65 anos, aguardando uma nova avaliação no início de 2026.
Fonte: RFI.