O professor Jean-Jacques Muyembe Tamfum, um dos médicos que fez parte da equipe que descobriu o ebola em 1976, alertou que novos vírus aparecerão após o surto covid-19, para o qual a sociedade deve estar preparada.
O renomado virologista garantiu que “agora estamos em um mundo onde surgirão novos patógenos”, cujas condições representam uma “ameaça à humanidade”, segundo declarações dadas à CNN.
Nesse sentido, Muyembe enfatizou os perigos de muito mais doenças zoonóticas, aquelas que são transmitidas de animais para humanos e que podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas.
Por outro lado, quando questionado se ele acha que futuras pandemias poderiam ser “mais apocalípticas” do que a COVID-19, o professor respondeu “sim”.
Além disso, o especialista referiu-se à destruição ecológica e ao desmatamento como um dos fatores que impulsionam o surgimento de novas doenças. “Se você for para a floresta, você mudará a ecologia; e os insetos e os ratos sairão daquele lugar e irão para as aldeias. Então essa é a transmissão do vírus, dos novos patógenos”, acrescentou Muyembe.
Aviso da ONU
Na mesma linha, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou em setembro sobre o aumento de novos vírus capazes de passar dos animais para os humanos.
“Desde a virada do milênio, SARS, MERS, H1N1, Zika e Ebola mostram o surgimento crescente de vírus que fazem o salto zoonótico dos animais para os humanos”, explicou o chefe da agência.
Nesse sentido, indicou que a probabilidade de um novo patógeno se espalhar dos animais para as pessoas aumenta devido à redução dos espaços silvestres devido à atividade humana, a que se acrescenta o problema do aumento da temperatura devido à mudança do clima.