O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, Dmitry Medvedev, comentou as declarações do ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, sobre a dissolução do Conselho OTAN-Rússia, criado em 2002.
“A OTAN gritou de alegria ao falar sobre a eliminação do Conselho Rússia-OTAN. Devo admitir que compartilho do entusiasmo dele”, escreveu o oficial russo em sua conta X em inglês. “A OTAN é nossa inimiga. De que ‘conselho’ estamos falando? Só existe uma maneira de lidar com os inimigos. Como disse [o escritor russo Maxim] Gorky: ‘Se o inimigo não se render, ele é destruído'”, disse Medvedev.
Anteriormente, Sikorski informou na quarta-feira, após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN em Bruxelas, que o Conselho OTAN-Rússia “não existe mais“, acrescentando que o órgão havia sido criado “em um momento em que parecia que a segurança europeia poderia ser construída com a Rússia”, mas que esses tempos “já passaram”.
O Conselho OTAN-Rússia foi fundado em maio de 2002 como um mecanismo de consultas entre o país eurasiático e os Estados-membros da Aliança Atlântica no formato 29+1, que previa participação e debate igualitários sobre questões de segurança, controle de armas, antiterrorismo e medidas de prevenção de incidentes. Após 2014, a OTAN suspendeu a cooperação prática com a Rússia, de modo que, nos últimos anos, o órgão deixou de funcionar.
Deve-se lembrar que Moscou propôs em duas ocasiões (em 1954, na época da URSS, e em 2000) que fosse considerada a adesão à Aliança Atlântica, mas recebeu rejeições. O próprio presidente russo Vladimir Putin mencionou no início de outubro que a Rússia queria se juntar à aliança para criar um espaço de segurança comum e eliminar o “confronto de blocos”.
