A China advertiu os Estados Unidos contra o lançamento de seus mísseis terrestres na região Ásia-Pacífico, prometendo tomar “contra-medidas” e ameaçando com consequências quaisquer Estados que hospedem tais armas.
“A tentativa dos EUA de implantar mísseis terrestres de médio alcance é consistente com sua crescente presença militar na Ásia-Pacífico e a chamada ‘estratégia Indo-Pacífico’ nos últimos anos, uma demonstração típica de sua mentalidade de Guerra Fria”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, nesta sexta-feira (21).
As “palavras e atos” de Washington nos últimos anos contribuíram enormemente para a erosão da estabilidade global e regional, acrescentou o funcionário chinês, além de impactar “o controle internacional de armas e o processo de desarmamento [e minando] a confiança mútua entre os principais países”.
A China se opõe firmemente ao plano dos EUA de implantar mísseis terrestres de médio alcance na Ásia-Pacífico e deplora seus movimentos frequentes para pressionar os vizinhos da China e as provocações flagrantes às margens do território chinês.
Qualquer tentativa de realmente levar adiante o lançamento planejado de mísseis forçará a China a tomar “contra-medidas necessárias” contra os EUA, advertiu o porta-voz, sem fornecer mais detalhes. Os aliados dos Estados Unidos que permitem esses mísseis em seu solo também serão o tema da resposta de Pequim.
“Também pedimos aos países da região Ásia-Pacífico que estejam sobriamente cientes da verdadeira intenção por trás e das graves consequências da ação dos EUA, e evitem ser usados para os interesses dos EUA”, destacou Zhao.
A declaração veio em resposta a comentários feitos recentemente pelo enviado presidencial especial dos EUA para o Controle de Armas, Marshall Billingslea, em uma entrevista à mídia japonesa. O oficial de alto escalão disse que os EUA pretendem discutir o lançamento de mísseis com alguns países asiáticos.
A ideia de se consolidar na região da Ásia-Pacífico tem sido repetidamente expressada por altos funcionários dos EUA recentemente. Em agosto passado, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse ser favorável à colocação de mísseis na Ásia-Pacífico, de preferência dentro de “meses”. O comentário causou uma reação irada na China naquela época, e nenhum desdobramento foi planejado.