Yasin era um muçulmano no Iraque quando se desiludiu com a religão e clamou pela revelação do Deus verdadeiro. Ele teve um sonho com Jesus e resolveu segui-lo, mas mantinha sua fé em segredo da esposa e dos filhos. No entanto, ele teve uma mudança real em sua vida e os familiares e amigos perceberam.
Cerca de cinco meses após sua conversão ao cristianismo, Yasin revelou à sua esposa que a mudança em sua vida era resultado de ter conhecido a Jesus. A notícia foi recebida com indignação. “Ela ficou chocada e disse: ‘Como você pôde trazer tal livro para nossa casa? Deus irá mandar fogo para nossa casa’”, recorda Yasin. Apesar da pressão para retornar ao islamismo, ele recusou. Um tempo depois, sua esposa aceitou sua decisão, com a condição de que ele continuasse sendo um bom marido e pai, e que eles não lessem a Bíblia.
Com a aceitação da esposa e dos filhos, Yasin sentiu-se à vontade para abrir as portas de sua casa para outros cristãos. A convivência com pastores e evangelistas, que interagiam livremente com sua família, mudou a percepção de sua esposa e filhos sobre os cristãos, que passaram a vê-los como pessoas confiáveis. Seus filhos, em particular, desfrutavam da companhia dos visitantes.
A perseguição e a fé inabalável
No entanto, a conversão de Yasin não passou despercebida por outros membros da família e pela comunidade. Sua ausência na mesquita e o tempo que passava com cristãos levantaram suspeitas. “Um dia, meu irmão foi me visitar. O mulá (líder religioso islâmico) tinha dito a ele que eu estava distribuindo Bíblias e que ele deveria me impedir. Meu irmão tentou me matar diversas vezes. Uma vez, ele quebrou meu nariz.”
As ameaças ao cristão se intensificaram, culminando em um atentado à sua casa com uma bomba. Felizmente, o coquetel molotov não incendiou o imóvel. A resposta de Yasin a esses ataques reflete sua profunda fé: “Eu não me preocupei, porque Jesus disse: ‘Se você permanecer em mim, não há ninguém que possa feri-lo’. E eu permaneço nele”. Como muitos homens no Oriente Médio, ele se recusou a mostrar medo.
O impacto da fé na família
Por anos, Yasin orou pela conversão de sua família, e suas preces foram respondidas. Em 2013, seu filho teve um encontro pessoal com Jesus. Sua filha levou um ano a mais. “Deus me deu a ideia de pedir a ela para ler a Bíblia em voz alta para mim. Quando começou a ler, ela amou”, celebra o iraquiano. Quatro anos depois da filha, a esposa de Yasin também se tornou uma seguidora de Jesus.
Logo, Yasin percebeu que a perseguição não afetaria apenas a ele e precisou lidar com as consequências de sua conversão e da sua família. Por exemplo, seus filhos, que esperam se casar, são tratados como más escolhas. “Muitos homens recusam minha filha porque nós somos ‘infiéis’. Isso também vale para nosso filho; as jovens se recusam a se casar com ele. Graças a Deus, ambos estão felizes. Eu creio que quem resiste às provações fielmente terá um lugar no Reino de Deus”, reconhece.
A perseguição também afetou a subsistência da família. A loja de Yasin foi boicotada por moradores da vila, que o difamavam nas redes sociais, forçando-o a fechar o negócio. Encontrar outro emprego como convertido tornou-se impossível. Para sustentar sua família, Yasin agora trabalha como pastor, cuidando das ovelhas de outros em troca de remuneração diária.
Perseverança e missão
Yasin descreve a perseguição como “contínua”, mas sua fé permanece inabalável. “Não há outra forma; eu quero dar tudo a Deus. Jesus se ofereceu por mim. Ele foi insultado e morreu na cruz. Ele fez tudo isso para me redimir. Eu não vou negá-lo ou deixá-lo, porque quem negar a Jesus, será negado diante do pai celestial”, reflete. O apoio de outros cristãos tem sido fundamental em sua jornada, e ele expressa gratidão à igreja por moldar sua fé.
Sentindo-se como uma ovelha entre lobos, Yasin mantém a esperança no futuro e acredita que Deus tem uma missão para ele em sua vila. Embora tenha considerado deixar o local diversas vezes, ele sente um chamado divino para permanecer e ser usado por Deus ali, desejando que os moradores de sua vila se revelem a Deus.
A dor do abandono familiar é palpável. Sua mãe não fala com ele há 14 anos. Mesmo assim, Yasin prioriza sua fé: “Jesus se sacrificou por mim. Ele é mais querido para mim do que a minha mãe. Eu amo minha mãe, mas se minha mãe me diz para deixar a Jesus e voltar para eles, eu não o deixarei”.
Como continua seguindo a Jesus no Iraque, suportando insultos, perseguição e a perda de pessoas que ama, Yasin pede orações. “Eu peço a vocês que orem para que Deus me fortaleça para ser capaz de evangelizar o máximo de pessoas possível e para que Deus proteja meus filhos. Muitas vezes eu chorei por eles, a perseguição realmente os afeta”, finaliza.
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