As Forças Armadas do Azerbaijão e da Armênia estão envolvidas em combates na zona fronteiriça, afirma Erevan, em mais um surto do conflito entre os dois países que dura desde 1988.
Há combates na fronteira entre o Azerbaijão e a Armênia, comunicou na terça-feira (16) o Ministério da Defesa armênio. “Às 14h30 [horário local, 07h30, horário de Brasília] a situação na parte oriental da zona fronteiriça segue altamente tensa. Há combates locais, durante os quais o inimigo usa meios de artilharia, veículos blindados e vários tipos de armas de fogo”, indica a declaração.
O Ministério da Defesa da Armênia disse que as suas Forças Armadas realizam ações proporcionais e controlam a situação. Segundo o ministério, os militares azeris estão sofrendo grandes perdas de pessoal e veículos blindados, enquanto do lado armênio foram reportados quatro feridos.
Erevan vai pedir ajuda à Rússia no conflito, relatou Armen Grigoryan, porta-voz do Conselho de Segurança da Armênia.
“Uma vez que o território soberano da Armênia foi atacado, apelamos à Rússia no sentido de proteger a integridade territorial da Armênia, de acordo com o tratado de 1997.”
Na segunda-feira (15) Nikol Pashinyan, primeiro-ministro armênio, anunciou que militares do Azerbaijão entraram em uma região da Armênia. Baku negou que tal tenha acontecido e acusou o país vizinho de bombardear posições do Exército do Azerbaijão no distrito de Kelbajar.
No final de julho de 2021 tinha havido tiroteios na fronteira entre os dois países, com mortos e feridos, bem como com acusações dos dois lados. A ação das forças de paz russas permitiu chegar a um acordo, mas os tiroteios continuaram dos dois lados.
As relações entre a Armênia e o Azerbaijão permanecem tensas e têm uma longa história de confrontos armados desde 1988, quando as então duas repúblicas socialistas soviéticas se envolveram em conflitos étnicos. A última guerra, em torno da república não reconhecida de Nagorno-Karabakh (ou de Artsakh) aconteceu em meados de 2020, seguida por um armistício e acordo de paz mediado pela Rússia.