O lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) pela Coreia do Norte teve o objetivo de mostrar a capacidade de atingir o território dos EUA, mesmo com uma ogiva mais pesada, e talvez até com várias ogivas, disse Kim Dong-yup, professor assistente da Universidade de Estudos Norte-Coreanos da Coreia do Sul.
O professor observou que, dessa vez, o míssil registrou um “tempo de voo recorde” de 86 minutos e uma altitude de trajetória de 7.000 quilômetros.
De acordo com ele, isso significa que, em comparação com os ICBMs anteriores de Pyongyang, a propulsão do míssil atingiu valores mais altos.
“Como já houve lançamentos anteriores que podiam alcançar todo o território continental dos EUA, parece que esse lançamento não teve como objetivo aumentar o alcance, mas demonstrar a capacidade de atingir o território dos EUA mesmo que o míssil carregue uma ogiva maior e mais pesada”, disse Dong-yup à Sputnik.
Ele também acrescentou que os norte-coreanos podem ter testado a capacidade do míssil de carregar várias ogivas.
Dong-yup duvida que o lançamento do míssil tenha algum impacto sobre a eleição presidencial dos EUA em 5 de novembro, mesmo tendo ocorrido pouco antes dela.
Anteriormente, foi relatado que a Coreia do Norte lançou um míssil balístico de longo alcance, presumivelmente um míssil intercontinental, da região de Pyongyang em direção ao mar do Japão por volta das 7h10 (19h10, horário de Brasília) em 31 de outubro.
De acordo com o governo japonês, o míssil tinha um alcance de 1.000 quilômetros, uma altitude de 7.000 quilômetros.
A altitude e a duração do voo foram a maior da história do país.
O líder norte-coreano Kim Jong-un disse que o lançamento demonstra a “vontade de enfrentar” os adversários, enquanto um porta-voz do Ministério da Defesa afirmou que as Forças de Mísseis haviam realizado um “teste muito importante”.